São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mônaco sente hoje a ausência de Senna

DA REDAÇÃO

Fangio, Moss, Brabham, Hill, Stewart, Peterson, Lauda, Scheckter, Villeneuve, Prost. Todos eles brilharam nas ruas de Montecarlo.
Mas ninguém como Ayrton Senna, morto há quinze dias em um acidente no GP de San Marino.
"Monsieur Monaco", que roubou o título do inglês Graham Hill no ano passado, ao vencer seu sexto GP no sinuoso circuito.
Pois foi lá que Senna, em 1984 fazendo sua quinta corrida na categoria, encantou o mundo.
Disputando pela pequena Toleman, o piloto largou no 13º posto do grid. Uma volta depois, já estava em nono. Chovia forte no principado e, já ameaçando o líder Alain Prost, viu uma bandeira.
Empunhada pelo diretor de prova, o belga Jack Ickx, que suspendia, então, a corrida.
Pior, deram a quadriculada para Prost, o que não estava previsto no regulamento. Mutreta ou patriotada, que ninguém engoliu.
Senna venceu em 1987. Era o primeiro brasileiro a conseguir a façanha. No pódio, deu banho de champanhe na família do príncipe.
Na temporada seguinte, Senna dirigia o imbatível McLaren/Honda, ao lado do rival Prost. Era o ano de seu primeiro título mundial.
Mas também o que cometeu, talvez, sua maior falha. Liderava com folga de mais de 53 segundos quando bateu sozinho na entrada do túnel. "Faltou concentração", reconheceu mais tarde.
Nas cinco edições seguintes, só deu Senna em Mônaco. Mas em 92, o ano de Nigel Mansell ganhar tudo, a vitória foi inesperada e, por isso mesmo, emocionante.
O inglês liderava com folga quando, na 70ª volta, faltando apenas oito para a bandeirada, percebeu que havia algo errado.
Levou 15 segundos para chegar aos boxes. Senna, em segundo, percebeu que algo tinha acontecido com Mansell através do telão instalado na área do porto.
Quando passou pelos boxes, esperando a confirmação de que era o primeiro, percebeu que todos os mecânicos da McLaren olhavam para o outro lado, mais exatamente para o pit-stop da Williams.
Senna pisou fundo, mas logo depois Mansell já estava colado na sua traseira. E, por cerca de dez minutos, segurou o inglês, até receber a bandeirada final.

Texto Anterior: Gerhard Berger explica comemoração em Imola
Próximo Texto: Telão exibe vitórias do brasileiro no circuito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.