São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Mortos já podem ser 500 mil

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Funcionários de organizações humanitárias calculam que o número de mortes na guerra civil de Ruanda pode chegar a 500 mil –mais do que o dobro do que se dizia até agora.
A nova cifra foi estimada com base em relato do governo de que 60 mil corpos foram retirados da capital, Kigali, e enterrados em fossas comuns.
Kigali tinha 350 mil moradores antes do começo dos massacres. "Não vemos razão para que esse padrão de matanças não esteja se repetindo pelo país todo", disse um funcionário de agência humanitária.
A guerra civil em Ruanda começou depois que foi derrubado um avião que levava o presidente Juvenal Habyarimana, no dia 6 de abril.
Militares culparam a minoria tutsi pelo atentado. E promoveram massacres na capital, prontamente respondidos com outros massacres.
Tutsis e hutus, tribos rivais, vivem conflitos sangrentos desde os anos 50.
Uma trégua acertada pela ONU vigorava desde 1990. Os hutus tinham se comprometido a aceitar participação dos tutsis no governo.
Mas o acordo nunca foi implementado. Habyarimana foi morto por tutsis revoltados ou por hutus de linha-dura que repudiavam o acordo.

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