São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Empresas fazem malabarismo para viver

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Gostar de arriscar a vida é requisito básico para quem pretende começar a promover e se apresentar em shows de acrobacias aéreas ou automobilísticas.
É preciso gostar de aventuras e ter disposição para treinar intensamente. Contar com o apoio de profissionais experientes e usar equipamentos de qualidade são fundamentais para o sucesso do negócio.
A maior demanda por espetáculos vem de prefeituras, festas rurais e promoções de lançamento de produtos. Mas a maior parte do faturamento vem dos patrocinadores.
Algumas empresas têm contratos de exclusividade com um patrocinador. Para conseguir isso, deve-se elaborar um projeto de trabalho e apresentar ao departamento de marketing das empresas.
A Carlos Cunha Shows e Promoções promove acrobacias com carros e tem um contrato de patrocínio exclusivo com a General Motors do Brasil.
Carlos Cunha, 39, dono, não revela o valor do contrato do Show Fantástico Chevrolet, mas diz que "é suficiente para viver".
Cunha começou a fazer espetáculos com automóveis em 73, já com promoção da GM. Ele está no livro "Guinness" de recordes em várias modalidades.
A equipe faz cerca de sete apresentações por mês. Os espetáculos duram uma hora. Além de Cunha, participam mais três pilotos, um locutor e três pessoas para apoio.
O empresário diz que já sofreu vários acidentes durante as apresentações, mas nunca sofreu fraturas ou lesões graves.
"Ironicamente, cai no banheiro de casa dia 17 de outubro passado e fraturei o crânio", diz. Cunha ficou 13 dias hospitalizado.
O Circo Aéreo Onix também arrisca a vida dos pilotos e pára-quedistas envolvidos nos espetáculos de acrobacia aérea que promove.
O piloto Carlos Edo, 45, dono, diz que é difícil conseguir um patrocinador devido ao alto risco durante as apresentações.
O circo é patrocinado pela confecção Onix Jeans, mas Edo está à procura de outros parceiros. O contrato é de US$ 350 mil anuais.
A equipe do Circo Aéreo é composta por quatro pilotos e dez pára-quedistas. Eles usam três aviões, dois para acrobacias e um para os saltos de pára-quedas.
Todos os aviões são próprios. O circo cobra US$ 10 mil por apresentação de 35 minutos, mais US$ 1.200 por hora de vôo.

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