São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Poder fragmentou PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O esfacelamento do PMDB começou quando o partido chegou ao poder, em 1985. A unidade mantida nos 20 anos de oposição ao regime militar cedeu lugar a disputas internas, alimentadas por interesses pessoais e fisiológicos.
O primeiro grande racha aconteceu no Congresso constituinte, em 1988. O grupo situado mais à esquerda deixou o partido e criou o PSDB, sob a liderança do senador Mário Covas (SP).
A parcela maior ficou sob a liderança do deputado Ulysses Guimarães (SP). Restou uma dissidência formada pelos chamados "moderados".
Enquanto o partido se distanciava do governo José Sarney (85-89), os "moderados" mantinham o apoio ao presidente. No Congresso, se aliaram ao PFL e ao PDS e formaram o Centrão (grupo de direita).
Seus líderes mais expressivos eram o deputado Roberto Cardoso Alves (SP) e o então ministro Iris Rezende (GO). Era a turma do "é dando que se recebe".
Trocavam favores do governo, como concessões de rádio e TV, pelo apoio a Sarney. Ajudaram a garantir o mandato de cinco anos para o presidente na Constituição.
A convenção que escolheu Ulysses como candidato do PMDB à Presidência, em 89, teve disputa. Iris Rezende ficou com 30% dos votos. O ex-governador Waldir Pires (BA) ficou em segundo e compôs a chapa com Ulysses.
Mas o partido preferia a candidatura de Quércia. Ulysses foi abandonado pelo PMDB durante a campanha e ficou na marca de 5% dos votos na eleição presidencial.
O governo Collor (90-92) devolveu o PMDB à oposição. O partido cresceu e ganhou adesões no Congresso. Quércia surgia como líder capaz de unir o PMDB.
As denúncias de corrupção contra o ex-governador paulista lançaram o partido em nova crise. Quércia deixou a presidência do PMDB e submergiu politicamente.
Não surgiu, porém, nenhuma liderança capaz de substituí-lo. Mesmo denunciado pela Procuradoria-Geral da República, Quércia venceu a prévia do partido com folga. Mas assume a condição de candidato de um partido dividido.

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