São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994 |
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Quércia escolhe para vice mulher de Iris
MÁRIO SIMAS FILHO
A escolha deixou a direção do partido surpresa e contrariada. Os líderes do partido no Congresso preferiam o nome do senador Ronan Tito (MG), como forma de mobilizar o eleitorado mineiro (10 milhões de votos). O virtual candidato do PMDB afirmou que a escolha de Iris representa uma homenagem do PMDB à mulher brasileira, que ainda é discriminada. "A mulher tem condições de ocupar cargos importantes e dona Iris vai mostrar isso. Ela consegue aliar o trabalho de dona-de-casa com o trabalho político", disse. A escolha da ex-primeira-dama de Goiás, está longe de representar apenas uma homenagem do partido às mulheres. No PMDB não há quem negue a aproximação do ex-governador de Goiás Iris Rezende com o senador José Sarney, que ameaça não subir no barco quercista. Rezende foi ministro da Agricultura no governo do ex-presidente (1985-1990). Iris, o marido, também tem boa relação com o senador Pedro Simom (RS), uma das lideranças do partido que se opõe a Quércia. "Acho que a candidatura dela poderá ajudar a aproximação com essas lideranças", reconheceu o ex-governador goiano. Outro fator que pesou na escolha foi o fato de Iris ser atuante na Igreja Cristã Evangélica. "Hoje os evangélicos são cerca de 30 milhões no Brasil", disse Quércia. O ex-governador paulista insistiu em afirmar que a candidatura da ex-primeira-dama não se trata de algo a ser negociado em razão de futuras alianças partidárias. "Isso não existe", disse. A escolha de sua vice foi feita por Quércia, após três horas de reunião com os governadores Luiz Antonio Fleury Filho (São Paulo) e Cícero Lucena (Paraíba) e dos ex-governadores Ronaldo Cunha Lima (Paraíba), Jáder Barbalho (Pará), Moreira Franco (Rio), Nilo Coelho (Bahia) e Iris Rezende. A escolha foi consensual. Por volta das 14h, Quércia telefonou para Goiânia e fez o convite. Ela pediu 40 minutos para pensar e retornou a ligação dizendo o sim. O primeiro a ser comunicado sobre a definição foi o senador Ronan Tito, que esta semana lançou seu nome como pré-candidato a vice e obteve apoio de 23 dos 27 senadores do partido. "Não houve ressentimento. Ele concordou com a escolha e vai participar da coordenação de nossa campanha", disse Quércia. O ex-governador paulista afirmou que espera não encontrar resistências na convenção do PMDB, hoje e amanhã em Brasília. A ausência anunciada de Sarney, de acordo com Quércia, não representa falta de apoio. Texto Anterior: Partido vai dividido para a convenção Próximo Texto: Iris é tida como `palanqueira' Índice |
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