São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Voto teen

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Ronaldo, que só tornou-se eleitor para fazer uma propaganda para as eleições, estreou ontem, na televisão, posando como o mais consciente dos jovens do Brasil. "Eu já tirei o meu título, e você?", cobrou ele, depois de afirmar que, aos 17, a sua maior responsabilidade "é ser cidadão, é votar e escolher bem".
Deixando de lado a ironia de que a mensagem chega num momento de pouca empolgação com o quadro eleitoral –e com o voto– o que mais chamou a atenção ontem foi uma espécie de institucionalização, ou de estatização, para duas organizações que não têm nada de democráticas. "Procure o TRE, a UNE ou a Ubes", recomendou Ronaldo, aparecendo então, na tela, as três siglas.
Numa propaganda sustentada pela Justiça Eleitoral, visando chamar às eleições no Brasil, a assinatura de duas entidades que não aceitam as eleições –até derrubaram suas eleições internas. Isso para não lembrar que a primeira delas é um aparelho do PC do B, partido contrário à própria democracia, e a segunda também é aparelho, mas do MR-8, hoje um braço de Quércia –e originalmente um grupo para ações armadas.
Questões sociais
A ofensiva de Lula no rádio, anteontem, provocou ontem a reação de Fernando Henrique. Ele surgiu na Trianon para insistir, de olho na audiência específica, que seu plano "tem um forte acento nas questões sociais" e "não é para apertar o cinto dos assalariados". Aproveitou para lançar a imagem de que "Lula tem a mesma atitude de Collor".
Tosse
O "jornal da tosse" não acaba e não muda, na Record. Ontem, comandados pelo folclórico Murilo Antunes Alves, que tornou-se vereador, a mesa com os também folclóricos Roberto Cardoso Alves, Luiz Antônio de Medeiros, Beto Mansur e Arnaldo Faria de Sá seguiu no combate ao perigo vermelho.
Chamaram Lula de alcóolatra, fizeram ironias grosseiras, até chegar ao melhor do dia, com Faria de Sá. "Os petistas estão contra a vitória do Brasil na Copa do Mundo."
Comoção na CNN
Os olhos vermelhos dos apresentadores, as imagens do ídolo passando e voltando sem parar, a comoção. Ontem, com Jacqueline Kennedy Onassis, ou Jackie, como foi chamada, a rede americana CNN teve o seu dia de Ayrton Senna.

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