São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Ministro nega conversão livre para real

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA ENVIADA ESPECIAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse que não haverá livre troca do real por moedas estrangeiras, basicamente o dólar, mas haverá conversibilidade da nova moeda em relação às estrangeiras a partir de 1º de julho.
Conversibilidade é conceito clássico em economia que indica a sistuação em que uma moeda é livremente trocável por moedas estrangeiras, de acordo com taxas fixadas ou preços determinados pela oferta e procura da moeda.
Ricupero não quis antecipar como será a conversibilidade do real. Apenas adiantou que não adotará regime semelhante ao argentino.
"Estou pensando na conversibilidade da moeda. Há vários conceitos de conversibilidade que podem ir de zero a 100. Temos de ver qual o grau que a gente pode adotar", afirmou o ministro.
Na Argentina, a troca do peso por dólar é autorizada oficialmente pelo governo. Operações comerciais podem ser realizadas normalmente em dólar –processo conhecido como dolarização.
Atualmente, o grau de conversibilidade da moeda brasileira, o cruzeiro real é restrita. Não são autorizadas operações comerciais internas em dólar e a compra oficial de moeda estrangeira tem limite estabelecidos pelo Banco Central.
Por exemplo, o turista só pode comprar US$ 4.000 em bancos e casas de câmbio.
Os ex-ministros da Fazenda Fernando Henrique Cardoso e Paulo Haddad pretendiam autorizar contas em dólar para exportadores e importadores.
A principal vantagem é que o Banco Central não teria que emitir reais a cada entrada de dólares das operações feitas pelos exportadores. Isso evitaria o aumento do volume de moeda em circulação na economia, contribuindo para coibir o consumo.
O ministro afirmou também que "não vai haver nenhuma garfada" na poupança com a implantação do real. Os poupadores em caderneta de poupança "não vão perder nada", disse.
Segundo ele, a remuneração da poupança continuará igual, "adaptada ao novo tipo de inflação que vamos ter, quase insignificante".
Ricupero declarou que não haverá uma regra diferente para a Ufir, que corrige os impostos federais, e o restante dos contratos.
Ele disse que ainda não existe definição sobre a questão e que não haveria necessidade de anunciá-la com muita antecedência.

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