São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Surge nova testemunha da morte da cônsul

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Um motorista de táxi, identificado apenas como Fábio, é a principal testemunha da polícia do Pará para esclarecer o assassinato da cônsul japonesa Machiko Fukuzawa, 52.
A polícia mantém a identidade do motorista em sigilo. Machiko foi morta na última quarta-feira com cinco golpes, provavelmente de chave de fenda, na cabeça e pescoço.
O crime ocorreu durante assalto ao apartamento da cônsul em Belém. Segundo o delegado Alberto Cohen, o motorista procurou a polícia no dia do assassinato.
Ele teria afirmado ao delegado que pegou um passageiro sujo de sangue em frente ao edifício da cônsul.
O taxista teria dito que o passageiro levava uma sacola azul com objetos, possivelmente roubados do apartamento.
O depoimento do motorista pode levar a polícia a indiciar, por co-autoria do crime, o porteiro Manoel Lourenço Miléo Maia, 44.
Dois outros suspeitos do assassinato também estão presos: o faxineiro Josiel Reis Queiroz, 22, e Marinaldo Albuquerque, 22, ex-empregado do prédio onde a cônsul Machiko morava.
O motorista disse que nenhum deles é o homem que saiu do edifício logo após o crime.
Quanto ao porteiro, o delegado Cohen acha que ele é co-autor por permitir que o assasssino entrasse e depois saísse sujo de sangue do condomínio.
O taxista disse que foi recebido com indiferença por Maia quando voltou ao prédio e contou o que viu. Isso, segundo a polícia, também pode comprometer o porteiro.
"É um morador", teria respondido Maia à pergunta do motorista sobre quem era o passageiro.
"Mas ele estava ensanguentado", teria insistido o motorista. O porteiro virou as costas, de acordo com o depoimento do taxista.
O faxineiro e o ex-empregado ficarão presos até a conclusão de exame de pressão de pé. O resultado desse exame vai determinar se são deles as marcas de tênis encontradas no banheiro do apartamento da cônsul.
"Trabalhamos até com idéia de que duas pessoas tenham invadido o apartamento e matado a cônsul", disse o delegado Bragmar Dias.
O depoimento do motorista pode levar a polícia a pedir a prisão preventiva de Maia.

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