São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Idosos desocupam asilo ameaçado de interdição na zona sul de SP

PAULO FERRAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um segundo asilo pertencente ao mesmo dono da Casa de Repouso Jardim Tropical –fechada pela polícia e pelo Ministério Público na última quarta-feira, em São Paulo– foi totalmente desocupado ontem.
Havia indícios de que ele também pudesse ser interditado nos próximos dias.
A Jardim Tropical, que ficava no Cambuci (região central de São Paulo), foi fechada sob a acusação de manter 22 idosos em condições desumanas.
Muitos deles estavam desnutridos, não tinham assistência médica e apresentavam ferimentos.
Anteontem, a Folha localizou uma segunda clínica, também de propriedade de Vicente N. Martins Júnior, dono do asilo fechado. Ela fica na Vila Monumento, no Ipiranga (zona sul de São Paulo).
Segundo vizinhos da casa de repouso do Ipiranga, a clínica começou a ser desocupada anteontem mesmo.
Ontem, por volta das 16h, o último idoso deixou a casa, permanecendo apenas os funcionários. A Folha apurou que havia 18 pessoas internadas na casa.
As famílias dos idosos foram chamadas, uma a uma, e informadas do fechamento da casa de repouso.
Ao retirar o idoso internado, a família era obrigada a assinar um termo afirmando que ele havia saído da clínica em perfeitas condições de saúde.
A polícia deve começar a ouvir na próxima semana testemunhas e pessoas envolvidas com a casa de repouso fechada.
Os funcionários da clínica e o médico apontado como responsável pelo atendimento dos idosos estão sendo intimados a comparecer ao 6º Distrito Policial, no Cambuci.
Sebastiana Batista Morales Pistori, que tomava conta da casa de repouso e que foi presa em flagrante, acusada de maus-tratos e cárcere privado, negou à polícia que maltratasse os idosos.
Ela continua presa porque o crime de cárcere privado é inafiançável.

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