São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
Próximo Texto | Índice

Preço acelera nos supermercados;

DA REDAÇÃO E DA REPORTAGEM LOCAL

Preço acelera nos supermercados
Reajustes chegam a 12,27% esta semana contra 8,08% na anterior; URV e alimentos puxam alta
Os preços tiveram forte aceleração nos supermercados de São Paulo esta semana. A alta foi de 12,27%, taxa bem acima dos 8,08% da semana anterior.
A aceleração dos preços se deve a um volume maior de negócios em URV entre supermercados e indústria e ao retorno de pressão de alguns produtos agrícolas.
Nos hipermercados, que tiveram esta aceleração antecipada no período anterior, o aumento foi de 10,48%, reajuste inferior aos 11,08% da semana passada.
Omar Assaf, da Associação Paulista de Supermercados, diz que estas oscilações serão normais até a entrada do real, em 1º de julho. "Estamos em um período de acertos às novas regras", afirmou.
Pelo menos 80% das grandes redes já negociam suas compras em URV, mas nem todos estes preços podem estar repassados para o consumidor, diz Assaf.
A passagem para a URV indica preços maiores. O acerto entre indústrias e supermercados não foi feito pela média e os preços não foram totalmente deflacionados.
Assaf aponta ainda como fator de pressão a transferência de parte dos impostos da indústrias para o varejo.
Com os aumentos da semana, os supermercados acumulam alta de 48% em 30 dias, enquanto nos hipermercados esta taxa é de 49%. As maiores pressões ficaram para café, arroz e óleo de soja.
Real
O comércio varejista está se articulando para solicitar ao governo que o autorize a operar com o real somente no dia 4 de julho, segunda-feira.
O motivo da apreensão é que a entrada da nova moeda em circulação está prevista para o dia 1º de julho, sexta-feira, dia em que tradicionalmente o movimento nos supermercados é acentuado.
Nesse dia, o consumidor provavelmente ainda estará com cruzeiros reais nos bolsos.
Colocar na ocasião o preço em real, para fazer a conversão no caixa, poderá ocasionar enormes filas nas caixas registradoras e intermináveis bate-bocas entre consumidor e funcionários das lojas sobre virtuais desentendimentos.
O grupo Pão de Açúcar estudou a possibilidade de colocar dois preços nos produtos nesse dia, um em real, outro em cruzeiros reais.
O problema é que as máquinas de etiquetas não imprimem o símbolo que indica a moeda, o que tornaria difícil diferenciá-las.

Próximo Texto: Postos de combustíveis cortam cheques pré-datados e descontos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.