São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Relações com clã dos Kennedy não foram fáceis

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

As relações de Jacqueline Bouvier com o clã dos Kennedy nunca foram fáceis. Ela manteve prudente distância da família do marido. Nunca se integrou de fato, como, por exemplo, Ethel, a mulher de Robert Kennedy.
Ethel e Jackie foram inimigas ostensivas durante o tempo em que tiveram de conviver. Segundo o escritor Truman Capote, por algum tempo amigo íntimo da primeira-dama, Jackie chamava Ethel de "abutre".
Muitos dos que conheciam a família acham que a origem da antipatia de Ethel por Jackie eram as suspeitas de que havia um caso entre Robert e a cunhada. Rumores sobre isso circularam com intensidade nos EUA entre 1965 e 1968.
Os principais problemas de Jackie eram com a matriarca, Rose. As dificuldades iam além das rixas comuns entre sogra e nora.
Rose Kennedy estava acostumada a ser obedecida por todos. Suas diretrizes pedagógicas não podiam ser discutidas.
Jackie sempre foi muito ciosa do seu papel de mãe. Não admitia interferências de estranhos na educação dos filhos.
Por causa disso ocorreram os grandes atritos entre as duas mulheres. Rose não queria que John-John e Caroline aprendessem francês e achava que os conhecimentos religiosos dos dois eram insuficientes.
Desde o noivado, Jackie se queixava a amigos do comportamento arruaceiro dos Kennedy.
Citava como exemplo a brincadeira que os irmãos de John fizeram com o presente de Natal que ela deu a ele em 1952: uma coleção de tintas para pintura que foi gasta em minutos pelos rapazes que pintaram a casa com ela.
O casamento com Onassis levou Jacqueline a uma quase separação dos Kennedy. Pelos filhos, no entanto, manteve alguns vínculos. Mas ela não compareceu à festa pelos 100 anos de Rose, em 1990.
Jackie também foi comedida em aparições públicas de apoio às ambições políticas de Robert, Edward e outros integrantes da família.
Os filhos foram a família de Jacqueline. A relação entre os três dava a impressão de ser excelente.
John Jr. e Caroline parecem os mais ajustados entre todos os primos. Não há registro de envolvimento dos dois com álcool, drogas ou crimes. Ambos foram excelentes estudantes e têm carreiras profissionais bem sucedidas.
Caroline, 36, está casada há oito anos, tem três filhos, foi curadora do Museu de Arte Moderna de Nova York e agora escrevre livros. John Jr., 33, solteiro, é promotor público, admirado pelos colegas.
Entre os primos, há suicídios, acusações de estupro, alcoolismo, dependência de drogas e prisões por infrações de trânsito.

Texto Anterior: Doença afeta sistema imune
Próximo Texto: Jackie ficou 25 anos sem dar entrevista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.