São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Influência sobre a moda foi poderosa

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A estilista Edith Head disse sobre Jacqueline Kennedy Onassis: "Ela teve a influência individual mais poderosa sobre a moda em toda a história".
Durante a vida, ela serviu de modelo de elegância para mulheres de quase todo o mundo.
Na Casa Branca, diversas de suas marcas registradas foram copiadas: os chapéus "pillbox", o pentado de pajem, as luvas brancas compridas, os vestidos de Oleg Cassini, seu costureiro oficial nos tempos de poder.
Em 22 de novembro de 1963, Jackie desembarcou em Dallas com um tailleur rosa, que acabou sendo seu traje mais famoso. Ela fez questão de usá-lo até o retorno a Washington, todo manchado de sangue: "Quero que todos vejam o que fizeram a John".
Durante a fase de socialite internacional como mulher de Onassis, ela passou a usar roupas de Lili Pulitzer, Hubert de Givenchy, Chanel e Valentino.
Apesar do ostensivo mau gosto do marido, ela manteve a classe.
Na década de 70, ela ainda era capaz de causar frisson, mesmo quando desobedecia a etiqueta.
É famosa a passagem em que, tendo ido jantar no "Le Pavillon", um dos restaurantes mais chiques de Nova York, foi barrada por estar usando calças "palazzo pajamas" sob uma túnica longa.
O maître lhe explicou que a casa não aceitava mulheres em calças compridas. Ela pediu licença para ir ao banheiro e retornou sem as calças, só com a túnica e foi admitida no restaurante.
Na reclusão voluntária dos últimos 19 anos, quando aparecia em público, estava quase sempre com óculos escuros, como para realçar o desejo de se manter distante, e echarpes.
Foi assim que apareceu, por exemplo, em agosto de 1993, na recepção que ela e seu companheiro Maurice Tempelsman ofereceram no iate dele ao presidente Bill Clinton e sua mulher, Hillary.
Nesse período, usou roupas cada vez mais sóbrias, de Carolina Herrera e Kenneth, lojas de Nova York, próximas de seu apartamento.
Um dos livros que Jackie editou na Doubleday foi o de Diana Vreeland sobre elegância feminina. Vreeland dizia que "elegância é recusa, restrição", com o que a editora certamente concordava.

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