São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Enterro de Jackie é segunda em Washington

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Jacqueline Lee Bouvier Kennedy Onassis, morta aos 64 anos no final da noite de quinta-feira em Nova York, foi velada durante todo o dia de ontem por familiares e amigos em seu apartamento em Manhattan.
A família revelou no final da tarde que a primeira-dama será enterrada no Cemitério Nacional de Arlington, em Washington.
O enterro acontece na tarde de segunda-feira. Antes, será realizada uma missa privada na igreja St. Ignatius Loyola na Park Avenue, em Manhattan, a partir das 10h.
Em Arlington estão enterrados seu primeiro marido, o presidente John Fitzgerald Kennedy, e o terceiro filho do casal, Patrick, que morreu dois dias depois de nascer em 1963.
Na manhã de ontem John F. Kennedy Jr., 33, filho de Jacqueline Onassis, deu uma rápida entrevista na porta do prédio na 5ª Avenida. Ele não revelou qualquer informação sobre o funeral.
"Minha mãe morreu cercada por seus amigos, por sua família, pelos livros, coisas e pessoas que amava. E o fez a seu modo, de acordo com a sua vontade e agora ela está nas mãos de Deus", disse Kennedy Jr.
Jacqueline Onassis morreu às 22h15 (23h15 em Brasília) de quinta-feira vítima de complicações de câncer no sistema linfático. Sua morte foi anunciada aos dezenas de jornalistas e curiosos em frente ao prédio na 5ª Avenida pouco depois das 23h.
No final de fevereiro ela anunciou que sofria do cancêr depois de aumentarem as especulações sobre sua saúde.
Jacqueline Onassis já teria desenvolvido uma forte pneumonia nos dois últimos dias e o câncer teria afetado seu fígado.
A primeria-dama americana ficou internada esta semana por três dias no New York Hospital-Cornell Medical Center.
Na quarta-feira, pediu para ser levada para casa depois que os médicos disseram que não podiam fazer mais nada por sua saúde. Ela teria parado de tomar sua medicação dois dias antes de morrer.
Nancy Tuckerman, amiga e porta-voz de Jacqueline Onassis, disse que a primeira-dama entrou em coma minutos antes de morrer e que seus dois filhos, John Kennedy Jr. e Caroline Kennedy Schlossberg, 36, permaneceram ao seu lado "até o fim".
No começo da tarde, um carro funerário da empresa Frank Campbell descarregou um caixão marrom vazio para dentro do prédio e partiu minutos depois.
O trânsito no sentido bairro-centro ficou lento antes do número 1.040 da 5ª Avenida, perto da esquina com a rua 85, onde Jacqueline viveu a maior parte do tempo nos últimos 20 anos.
A polícia isolou a entrada do prédio e alguns guardas tentavam dar fluxo ao congestionamento. Dezenas de pessoas ocupavam as calçadas dos dois lados da rua.
Desde quarta-feira à noite curiosos acendiam velas e carregavam flores para a porta do prédio em homenagem à pessoa que o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, qualificou como a "mais digna cidadã de Nova York".
Ela nasceu em Southampton, em Long Island (ao norte de NY) e mudou-se para Manhattan ainda criança. Viveu em Nova York quase a metade de sua vida.
O pai, John Verou Bouvier, fez fortuna em Wall Street e a mãe, Janet Lee, pertencia a uma tradicional família de Manhattan.
Em 1964, um ano após o assassinato do marido, o presidente John F. Kennedy, em um atentado em Dallas, Jacqueline comprou o apartamento de 15 quartos onde morreu na quinta-feira.
A primeira-dama deixou a cidade novamente durante alguns anos após se casar com o magnata grego Aristóteles Onassis em 1968.
Desde que retornou a Nova York, em 1975, ela voltou a trabalhar –nos últimos 16 anos para a editora Doubleday– e a aparecer na cena social de Manhattan.

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