São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Quércia quer `estadualizar' sua campanha

TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A principal preocupação dos coordenadores da campanha de Orestes Quércia à Presidência, a partir de agora, é amarrar sua candidatura às campanhas do PMDB nos Estados para governador.
Quércia pretende envolver em sua estratégia até mesmo o candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Antônio Britto. "Ele foi escolhido em convenção regional do partido e tem o meu apoio", disse ontem.
O grupo gaúcho do PMDB –comandado por Britto e pelo líder do governo no Senado, Pedro Simon– está entre os que mais têm resistido à sua candidatura.
Hoje, o comando da campanha quercista se reúne em São Paulo para definir os próximos passos do candidato.
A idéia é fechar a agenda nacional a partir das agendas de cada um dos candidatos do PMDB aos governos estaduais. Uma forma de amarrar a militância local à campanha de Orestes Quércia.
Já está definido, por exemplo, que dia 29 Quércia participará do comício em Guanambi, na Bahia, promovido pelo candidato a governador Nilo Coelho.
No mesmo dia, ele estará em Fortaleza, na convenção estadual peemedebista que deverá homologar a candidatura de Juracy Magalhães ao governo.
Isso tudo apesar de o Nordeste não ser a prioridade para esses primeiros dias de campanha. A coordenação da campanha de Quércia pretende dar maior ênfase, nessa primeira fase, à região Centro-Oeste.
Ao contrário do candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, que deixou a fase de comícios para depois da Copa do Mundo, os quercistas querem começar logo com os comícios.
"Vamos para a rua, nada de encontrozinhos em associações", disse o candidato a seus assessores depois da convenção.
Quércia pretende consolidar sua candidatura junto ao eleitorado antes de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre se acata ou não o pedido de denúncia contra ele formulado pela Procuradoria da República.
No processo, ele é acusado de estelionato no caso da importação irregular de equipamentos de Israel, durante seu governo em São Paulo, para a polícia e a USP (Universidade de São Paulo).
Os quercistas já trabalham com a hipótese de a denúncia ser acatada. Quércia quer a divisão do processo, para que seu caso seja julgado separadamente dos outros acusados.
Ele disse a seus assessores que, mesmo que acatada a denúncia, não pretende desistir de sua candidatura.

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