São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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Estudantes são pagos para ir à convenção Cabo eleitoral recebe CR$ 35 mil GUSTAVO KRIEGER
A estudante Fabiane Freitas, 20, não sabia sequer o Estado a que pertence a candidata a deputada federal Ana Paula Junqueira, a quem ela estava "representando na convenção". Fabiane recebeu CR$ 35 mil para usar camiseta da candidata e gritar o nome de Quércia. "Deus me livre. Não voto em Quércia de jeito nenhum. Estou aqui a trabalho", disse. Ela pertencia a um grupo de cem garotas de Brasília contratado para fazer propaganda de Ana Paula Junqueira. "Acho absurdo um político pagar alguém para gritar seu nome", reclama. MR-8 Entre os militantes do PMDB presentes, o maior contingente era arregimentado pela organização MR-8, que se auto-define como de "esquerda" e é ligada a Quércia. A organização diz ter levado mais de três mil pessoas a Brasília. Na Paraíba, o MR-8 organizou dois ônibus. Um para sindicalistas e outro para estudantes. Marconeide Santos, presidente da Associação Paraibana de Estudantes Secundaristas, diz que "o MR-8 é que dá o caráter de massa para o PMDB". Havia também militantes com ar folclórico e pretensões políticas, como o aposentado José Luiz Neto. Ele quer concorrer a deputado federal no Rio de Janeiro com o nome de "Salvador da Pátria". "Salvador" foi a Brasília com passagem paga pelo candidato a deputado federal Paulo Duque, a quem prometeu seu apoio político. Outros, como Josineide dos Santos, da Vila Paranoá, em Brasília, não sabia nem mesmo quem era Quércia. "Vim ver o show de pagode, mas gostei de ganhar uma camiseta", comemorou Santos. Texto Anterior: Quércia quer `estadualizar' sua campanha Próximo Texto: Apoio a Itamar divide partido Índice |
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