São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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STJ concedeu liberdade a bicheiro

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) é a última chance que a Procuradoria de Justiça tem para conseguir a decretação da prisão do banqueiro do jogo do bicho Ivo Noal pela morte do bicheiro Adílson de Jesus Leandro.
Noal foi acusado em 89 de mandar matar os bicheiros Basílio de Jesus Leandro, Wilson Nanini e Silva e de tentar assassinar o banqueiro do jogo do bicho João Alfredo Parisi.
No caso do bicheiro Nanini, o STJ já decidiu por deixar Noal em liberdade para aguardar o julgamento da acusação de mandar matá-lo.
A Justiça decidiu não levar Noal a julgamento pela morte de Leandro e pela tentativa de homicídio contra Parisi. A Procuradoria de Justiça recorreu dessas decisões.
Noal, conhecido como "presidente", seria o maior banqueiro do jogo do bicho no Estado de São Paulo.
Ele dominaria cerca de 40% do jogo no Estado. O banqueiro do jogo do bicho teria também negócios em Miami (Estados Unidos) e na Argentina.
Sigilo
No último mês, a Justiça quebrou o sigilo das contas bancárias do bicheiro.
Além disso, foi determinada uma devassa no patrimônio e nas declarações de imposto de renda de Noal.
O objetivo da polícia é tentar prender o bicheiro por sonegação fiscal. Seria o primeiro passo para tentar conseguir o sequestro de seus bens.
A polícia também está analisando a hipótese de prender Noal por formação de quadrilha, a exemplo do que aconteceu no ano passado com a cúpula do bicho carioca.
Em 1993, a juíza Denise Frossard condenou por formação de quadrilha armada os onze principais banqueiros do jogo do bicho do Rio.
Em seu depoimento, Ivo Noal afirmou que não tem mais ligações com o jogo do bicho desde 1986.
Ele disse ser dono de uma academia de ginástica e de imóveis em São Paulo e Ilhabela (228 km a leste de SP).

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