São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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PSDB tenta acabar com a fama de indeciso

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Fazer uma campanha mais "aguerrida" e tentar amenizar a imagem de ambiguidade que pesa sobre o PSDB e se reflete sobre o candidato FHC.
São as metas citadas pelo coordenador de marketing Geraldo Walter, que esta semana apresentará a estratégia em detalhes ao candidato.
Para mostrar que a equipe pretende atacar sem constrangimento os ruídos de comunicação, ele cita o slogan "Sai do Muro, Brasil", veiculado na semana que precedeu a convenção do PSDB.
Houve quem reagisse com ironia, já que o slogan remete a uma vulnerabilidade do partido. É como falar de corda em casa de enforcado, segundo um especialista em marketing político.
O publicitário do PSDB discorda da crítica: "É preciso que partido e candidato enfrentem os problemas. Não adianta esconder, imaginar que o eleitor é besta".
Os "pontos fortes" serão reforçados. "As pesquisas mostram que ele é visto como pessoa sincera e representa garantia de estabilidade", diz Walter.
Orçada em US$ 2,5 milhões, a campanha publicitária do PSDB será produzida por uma empresa formada pelos publicitários –entre eles Nizan Guanaes, que se afastará da agência DM9 nos meses de agosto e setembro.
Outros US$ 2,5 milhões serão empregados em comícios e shows.
"Os debates serão o centro da campanha presidencial, porque têm a credibilidade fundamental do jornalismo", diz Walter. "O rádio vai ganhar destaque".
Para o cooordenador, esta será uma campanha presidencial diferente da anterior. "A polarização entre Lula e FHC vai torná-la mais séria", opina.
Além dos programas na TV, com duração estimada em 7 minutos e 53 segundos, serão utilizadas mídias alternativas.
"Montaremos um esquema de fitas de vídeo com a biografia do candidato para serem exibidas em cinemas".
(NB)

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