São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Quércia tem `software' na cabeça, diz assessor

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma máxima preside o núcleo publicitário de Orestes Quércia: "O assessorado deve ser melhor do que o assessor."
O autor da frase, Nemércio Nogueira, jamais trabalhou para empresas estatais ou políticos profissionais.
Ele se declara "fascinado" com a capacidade de comunicação do chefe. "Ele parece ter um `software' na cabeça", exagera.
Com ele concorda Chico Santa Rica, desde 1986 o produtor de TV do candidato.
"Quércia chega no estúdio e `arma' na cabeça o que vai falar. Ao final, pergunta se foi tudo bem. Nunca se importou de gravar de novo", afirma.
Quércia faz questão de ouvir a opinião dos assessores, mas nem sempre concorda com modificações em seu discurso.
Para Santa Rita, Quércia tem pontos mais positivos que negativos no vídeo. Os negativos, não revela.
"Os programas serão mais narrativos, devido às restrições da lei. Vamos apresentar testemunhos de convidados", disse. Cada programa do PMDB deve ter 5 minutos e 43 segundos.
Mais discretos do que os membros das outras equipes, ambos tentam fazer crer que, no comitê do candidato, marketing é uma palavra que soa quase pejorativa.
"Aqui se faz política", diz Nemércio. "Minha função é azeitar a máquina de comunicação."
Basta um simples telefonema para o escritório para que essa versão evapore: "Quércia presidente", responde a telefonista, seja qual for o interlocutor.
Além disso, trabalharão na área de comunicação da campanha mais de 50 profissionais –entre publicitários e jornalistas.
Indagado sobre a vinculação de Quércia ao caso das importações irregulares de equipamentos de Israel, Nogueira opina que não vai atrapalhar a campanha.
"Nenhum outro político foi mais investigado no país e nada se provou contra ele", afirma.
(NB)

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