São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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`Epidemia' de morte no tráfego ataca teens
GABRIEL BASTOS JUNIOR
Os acidentes são responsáveis por cerca de 40% das mortes nesta faixa etária. No caso das motocicletas o índice chega a 70%. O problema é tão assutador que foi um dos assuntos principais do 13º Congresso Mundial da Associação Internacional de Acidente e Medicina do Tráfego –AIAMT–, que aconteceu semana passada em São Paulo. A medicina de tráfego é uma especialidade médica pouco conhecida do grande público. Surgiu na Europa nos anos 20 e hoje é reconhecida no mundo inteiro. Atua principalmente na prevenção de acidentes. No Brasil, a especialidade é representada pela Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), organizadora do congresso. "Do mesmo jeito que existe o futebol de várzea, existem as pistas de corrida de várzea –as ruas", diz Alberto Sabbag, 40, secretário-geral da Abramet. Para ele o jovem perde a noção de realidade quando entra no carro. "É o fenômeno video game. Ele acha que pode bater e continuar jogando depois", diz. Alberto destaca que o problema dos jovens no trânsito é mundial e se tornou uma "epidemia" em todas as classes sociais. Isso porque qualquer acidente decorrente do tráfego de carros (atropelamentos, batidas com carros, motos, bicicletas etc.) é considerado acidente de trânsito. O estudioso norte-americano Leonard Evans considera os jovens motoristas "um problema". Segundo ele, os números nos EUA também são assustadores em relação a adolescentes. Mas o Brasil continua mantendo o trágico título de campeão mundial de acidentes de trânsito –um a cada 3,2 minutos só em São Paulo. Para se ter uma idéia, com uma frota (número de veículos circulantes) equivalente à metade da americana, temos o mesmo número de mortes por ano –em torno de 50 mil. Os jovens têm uma participação terrível neste número –em São Paulo, por exemplo, 23% dos acidentes com morte envolvem adolescentes. "Eles correm riscos demais, não vêm o perigo", diz Jarmo Pikkarainen, presidente da AIAMT. "Precisam entender que estão dirigindo na rua, junto com outras pessoas." LEIA MAIS sobre os jovens no trânsito à página 6-3. Próximo Texto: Aumenta o número de garotas acidentadas Índice |
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