São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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Aumenta o número de garotas acidentadas
GABRIEL BASTOS JUNIOR; ANTONINA LEMOS
O trabalho compara o percentual de adolescentes entre 15 e 19 anos envolvidos em acidentes de trânsito em 1993 com o de 1988. Nos dois casos o cálculo foi feito por amostragem (mesmo critério usado em pesquisas eleitorais). Em 1988, os jovens nesta faixa etária representavam 34,48% dos acidentados. Cinco anos depois o índice é de 57.38%. "O mais impressionante é o aumento da participação das meninas neste grupo", diz Benjamin Schmidt, 62, um dos autores do trabalho. O percentual passou de 30% para 42%. A produtora Renata Rodrigues, 24, é um exemplo disso. Ela sofreu um grave acidente de carro quatro anos atrás. Quebrou as duas pernas e ficou nove meses imobilizada. Renata estava dirigindo seu bugre em alta velocidade, com o rádio ligado "no talo", em plena avenida Rebouças (zona oeste de São Paulo). Ela ainda estava sem cinto de segurança. Ela admite que estava dirigindo de forma irresponsável –"eu corria muito"– e acha que sua atitude é típica de quem é jovem. "Quando a gente é novo não pensa no perigo. Acha que nada de mal pode nos acontecer". Hoje Renata se considera mais madura. "Só ando de cinto e não corro tanto. Acho que aprendi." Schmidt diz que este tipo de atitude tem a ver com a mudança no papel social da mulher. "As meninas hoje têm mais liberdade e isto está se refletindo na forma como elas dirigem", diz.(GBJ) Colaborou ANTONINA LEMOS Texto Anterior: `Epidemia' de morte no tráfego ataca teens Próximo Texto: Jovem é a chave para a mudança Índice |
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