São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994 |
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Sequência de "Aladdin" decepciona
FERNANDO CANZIAN
O desenho não vai para o cinema. Foi lançado apenas em vídeo no final da semana passado nos Estados Unidos. Ausências O filme não traz duas das melhores marcas de "Alladin": a voz do ator Robin Williams interpretando o gênio Genie e as músicas de Alan Menken, Howard Ashman e Tim Rice na trilha sonora. A história também é fraca. As crianças menores podem não entender parte da trama do desenho. Chega a ser um alívio o fato de só durar 66 minutos. Robin Williams teria se esquivado de "O Retorno de Jafar" por achar que o desenho seria um trabalho menor. Os vários compositores das novas músicas são desconhecidos. Williams foi substituído por Dan Castellaneta, que faz a voz de Homer Simpson em "Os Simpsons". Com a troca, Genie parece ter perdido metade de seu poder de empolgar. Polêmica "O Retorno de Jafar" voltou a esquentar a reação da comunidade árabe que vive nos EUA. A sequência de "Aladdin" foi considerada tão preconceituosa quanto o desenho lançado há dois anos. Quando foi parar nas locadoras dos EUA, em outubro do ano passado, "Aladdin" sofreu modificações em algumas músicas para acalmar a comunidade árabe. O trecho "... uma terra onde cortam a sua orelha se não gostarem da sua cara..." na música de abertura do desenho, por exemplo, foi substituído por "... uma terra plana e imensa onde o calor é intenso..." O Conselho para Assuntos Muçulmanos nos EUA reclama que, embora o herói Aladdin e a princesa Jasmine sejam da mesma raça que o vilão Jafar, eles têm feições mais ocidentalizadas. Jafar, em compensação, tem o mesmo queixo pontiagudo em "O Retorno de Jafar" e volta ainda mais terrível. No novo desenho, o vilão e seu papagaio Iago conseguem escapar da lâmpada mágica em que ficaram presos no final de "Aladdin". Jafar ganha poderes de gênio (do mal), fica vermelho e tem os olhos amarelos. Um novo personagem entra na história, um ladrão chamado Abis Mar, que liberta Jafar do interior da lâmpada. O papagaio Iago, que mantém na versão em inglês o mesmo sotaque nova-iorquino que carregava em "Aladdin", tenta se arrepender de suas maldades e passar para o lado de Aladdin e Jasmine. Os dois heróis não estão casados em "O Retorno de Jafar" e Jasmine tornou-se uma pessoa no mínimo chata. "Aladdin" levou três anos para ser realizado e consumiu US$ 35 milhões. "O Retorno de Jafar" gastou muito menos que isso em tempo e dinheiro. O resultado do investimento menor é bastante visível, apesar da grande campanha da Disney para promover a sequência. Texto Anterior: Humor crítico sai vencedor em "33 1/3" Próximo Texto: Wim Wenders despenca com seus anjos Índice |
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