São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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Procuradoria de SP pede prisão do bicheiro Ivo Noal

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo pediu ontem ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a decretação da prisão preventiva do maior banqueiro do jogo do bicho do Estado, Ivo Noal, 59.
O objetivo é fazer com que Noal fique preso até ser julgado como mandante da morte de seu rival, o bicheiro Adílson Ribeiro da Silva, ocorrida em 9 de setembro de 87.
O pedido foi assinado pelo procurador–geral de Justiça, José Emmanuel Burle Filho, e pelo procurador Alcir Mena Barreto. Ele é um recurso a uma decisão do TJ-SP.
Em agosto de 93, a 3ª Câmara Criminal do TJ-SP concedeu um habeas corpus, por dois votos a um, para Noal.
Essa decisão revogou um mandado de prisão contra o banqueiro do jogo expedido pelo 1º Tribunal do Júri, possibilitando que Noal aguardasse em liberdade o julgamento pela morte de seu rival.
O pedido de prisão foi entregue no protocolo do TJ-SP. Agora, os advogados de Noal terão um prazo de oito dias para contra-argumentar o pedido de prisão preventiva.
Em seguida, o pedido da procuradoria e a defesa do banqueiro do jogo serão enviados ao STJ, que decidirá o caso. Noal afirma ser inocente (leia texto abaixo).
O pedido de prisão da procuradoria foi fundamentado nos "péssimos antecedentes criminais do réu" e em uma decisão do STJ.
Esse tribunal diz, em sua súmula nº 9, que a prisão preventiva de um réu não fere o princípio constitucional de que todo cidadão é inocente até ser provado o contrário.
Segundo a procuradoria, só o réu que é primário e que tem bons antecedentes pode aguardar o julgamento em liberdade.
O bicheiro Silva foi morto a tiros, em Santa Cecília (região central de São Paulo). Newton Marques e Gilberto João Motta são acusados de serem os executores.
Eles confessaram para a polícia que receberam 300 mil cruzados pelo crime. Ao serem interrogados na Justiça, negaram o crime.

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