São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994 |
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Cresce a procura pelo dólar no paralelo
RODNEY VERGILI
Ontem, o Banco Central precisou realizar quatro leilões no mercado flutuante para estabilizar as cotações. No fechamento, o mercado do flutuante ainda registrava ágio de 0,04% em relação ao dólar comercial. Há empresas que estão enviando dinheiro para o exterior, por causa da intranquilidade com o quadro eleitoral e devido a incertezas na mudança da moeda para o real. Alguns grandes bancos nacionais decidiram que não irão emitir Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados de 90 dias a partir da próxima segunda-feira. O mercado vai trabalhar com os CDBs pós-fixados corrigidos pela Taxa Referencial (TR) e prazo de 30 dias. Está havendo pequena procura nas agências bancárias pelos CDBs, os investidores têm direcionado o dinheiro para os fundos de commodities. Os fundos de commodities aplicam em papéis de renda fixa e agrícolas e permitem o resgate com rendimento após um período inicial de 30 dias. Os administradores dos fundos de investimento deverão preferir os CDBs corrigidos pela TR aos papéis prefixados. As Bolsas de Valores "andaram de lado" (sem definicão de tendência). O índice da Bolsa paulista subiu 0,3%, seguido por alta de 1,0% no mercado carioca (Senn). O mercado acionário se decepcionou com o resultado da pesquisa eleitoral que apontou ainda elevada diferença a favor de Lula na comparação com Fernando Henrique. A Bolsa havia subido 8,1% na última quarta-feira, por causa de rumores de que Fernando Henrique havia melhorado de maneira substancial sua posição nas pesquisas eleitorais. O governo colocou ontem Notas do Tesouro Nacional (NTNs) em leilão. Os papéis corrigidos pela Taxa Referencial com juros de 22% ao ano para o prazo de 3 meses, 20% ao ano para 12 meses e 18% ao ano para 24 meses. O governo fixou taxa de 18% ao ano para os papéis de 24 meses com correção cambial. Os investidores foram basicamente fundações. JUROS Curto prazo Segundo a Andima, a taxa média do over foi ontem de 54,35% ao mês, significando rendimento diário de 1,81% e projetando rentabilidade de 47,94% para o mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 54,20% e 54,30% ao mês por um dia. CDB e caderneta As cadernetas que vencem dia 28 rendem 47,3129%. CDBs prefixados negociados ontem: de 8.600% a 8.750% ao ano para 31 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 18% a 28% ao ano mais a variação da TR. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 54,25% a 55,00% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): de 8.650% a 9.250% brutos ao ano. No exterior Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8750%. AÇÕES Bolsas São Paulo: alta de 0,3%, fechando com 23.494 pontos e volume financeiro de CR$ 362,32 bilhões, contra CR$ 422,14 bilhões no dia anterior. Rio: elevação de 1,0% (I-Senn), fechando com 90.193 pontos e volume financeiro de CR$ 111,14 bilhões, contra CR$ 72,50 bilhões no dia anterior. Bolsas no exterior O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 3.757,14 pontos, com alta de 3,68 pontos. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou a 2.346,90 pontos, com queda de 45,40 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.777,16 pontos, com alta de 281,36 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 1.844,02 (compra) e CR$ 1.844,04 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.813,67 (compra) e CR$ 1.813,69 (venda). "Black": CR$ 1.805,00 (compra) e CR$ 1.825,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.783,00 (compra) e CR$ 1.793,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.745,00 (compra) e CR$ 1.803,00 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 2,23%, fechando a CR$ 22.420,00 o grama na BM&F. No exterior Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra fechou cotada a 1,5095 dólar, contra 1,5103 dólar no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6435 marco alemão, contra 1,6438 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 104,53 ienes ontem, contra 104,15 ienes no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York foi cotada a US$ 384,70, contra US$ 383,80 no dia anterior. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou em 48,13% para maio e de 48,05% para junho. No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para maio ficou em 44,21% e em 41,83% para junho. O mercado futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 29.200 pontos, o que projeta lucratividade de 40,96%. A estimativa do mercado futuro projeta inflação (IGP-M) de 42,68% para maio, contra 42,78% no dia anterior. Texto Anterior: Supermercado pode forçar alta Próximo Texto: Cesta básica reacelera em URV, indica Dieese Índice |
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