São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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Supermercado pode forçar alta

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercados, que concentram no varejo a venda de alimentos, podem forçar altas de preços após a introdução do real.
Já estão fazendo isso desde que o governo anunciou a URV, em fevereiro.
No caso dos hortigranjeiros, feijão e arroz, os preços no varejo –em São Paulo– subiram no mesmo momento em que caíam no atacado (veja quadro na página 2-1).
No geral, os preços no varejo subiram fortemente depois do anúncio da URV.
Os supermercados são sócios da inflação. Vendendo sempre à vista e pagando seus fornecedores a prazo, ficam com o dinheiro disponível por um certo tempo, ganhando com a aplicação financeira.
A operação comercial –onde o lucro vem de comprar abaixo do preço de venda– fica em segundo plano.
Com a moeda estável, desaparece o ganho financeiro e o supermercado tem que fazer lucro comercial.
A primeira providência dos supermercados foi aumentar preços previamente, ainda na URV, para compensar a perda futura do ganho financeiro.
E representantes do setor dizem que precisarão de novos aumentos.
Mas o que vai decidir é a concorrência.
Eficiência
Os supermercados com administração mais eficiente, custos menores e maior agilidade de compra, venderão mais barato.
E os outros ficarão em dificuldades, porque não conseguirão impor os aumentos de preços que necessitam.
Muitas grandes redes de supermercados enfrentaram dificuldades econômicas em período recente, mesmo com ganhos financeiros.
Se não melhoraram radicalmente seu desempenho operacional, não terão como sobreviver em ambiente estável.
(CAS)

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