São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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No dia 5 de dezembro do ano passado Corinthians e Vitória jogavam no Morumbi pelas semifinais do Campeonato Brasileiro. Aos 7min do 1º tempo o meia Roberto Cavalo, do Vitória, bateu uma falta indireta em direção ao gol do Corinthians. O goleiro Ronaldo tocou na bola antes de ela entrar. O árbitro, Márcio Resende de Freitas, validou o gol baiano.

Pergunta – A atitude do árbitro foi correta?
Resposta – Sim. De acordo com a regra 13 do futebol ("O Tiro Livre"), os tiros livres podem ser classificados de direto e indireto. O tiro livre direto pode ser cobrado diretamente para o gol adversário, sem que nenhum outro jogador mantenha contato com a bola. O tiro indireto, ao contrário, necessita que outro atleta toque na bola. Por isso, no caso do exemplo citado acima, se Ronaldo não tivesse tocado na bola o gol teria sido irregular e não seria validado pelo árbitro. Diz a regra: "O tiro livre indireto não pode resultar em gol, a menos que a bola, antes de entrar na meta, tenha sido tocada ou jogada por um outro jogador qualquer, além daquele que executar o tiro". Quando o árbitro marca um tiro livre indireto, ele tem de ficar com o braço levantado e só abaixá-lo quando a falta for cobrada –o que Márcio Resende de Freitas fez no lance de Corinthians e Vitória. Portanto, fique atento ao árbitro para saber qual a natureza da falta.

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Na Copa do Mundo do México, em 1986, Brasil e França decidiam a vaga para as semifinais da competição em cobranças de pênalti, uma vez que a partida terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Na terceira cobrança francesa, o jogador Bellome bateu o pênalti, a bola se chocou com a trave, voltou, tocou nas costas do goleiro Carlos, do Brasil, e entrou. O árbitro Ioan Igna, da Romênia, validou o gol.

Pergunta – O procedimento do árbitro foi correto ou não?
Resposta – Sim. De acordo com a regra 14 do futebol ("Pênalti"), um gol de pênalti é validado quando a bola bate na trave, ou travessão, bate em qualquer outro jogador e entra –ou mesmo se bate na tarve ou travessão e entra diretamente, sem tocar em nenhum outro atleta. Mas atenção: se a bola bate na trave ou travessão e volta para o jogador que cobrou o pênalti, sem que ela tenha sido tocada por nenhum outro atleta, e o cobrador do penal fizer o gol no rebote, ele não pode ser validado, porque a trave e o travessão são considerados pontos neutros. Ou seja: batendo neles e voltando para o batedor do pênalti é a mesma coisa que se o cobrador tivesse tocado a bola para frente e a chutasse ao gol, o que não é permitido pela regra.

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