São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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Companhia alcança consagração internacional

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Espetáculo: Sete ou Oito Peças para um Ballet
Companhia: Grupo Corpo
Quando: estréia quarta (dia 1º), às 21h; de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 17h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 011/223-3022, região central de São Paulo)
Preços: de CR$ 6.000 a CR$ 30 mil

O Grupo Corpo chega ao 19º ano de atividade com uma consagração definitiva. À parte as temporadas internacionais que realiza normalmente, em setembro participará da importante Bienal de Lyon, na França.
No programa já distribuído para a imprensa internacional, a Bienal de Lyon apresenta o Corpo como uma das melhores companhias do mundo. A Rodrigo Pederneiras, responsável pela maior parte do repertório do grupo, refere-se como um coreógrafo raro.
Criteriosa em seus elogios, a Bienal de Lyon não elege talentos incompatíveis com as estrelas que costuma receber –um rol que vai de Jiri Kylian a Bill T. Jones.
Patrocinada pela Shell, que renovou até 1997 o contrato que garante US$ 600 mil por ano à companhia, o Corpo poderá também contar com o apoio cultural da Usiminas, que no ano passado financiou um espetáculo para 15.000 pessoas em Ipatinga (MG).
O Corpo já está fechando a agenda de 1995, quando realizará turnês no Canadá, Estados Unidos e Portugal.
Neste ano, já dançou na Espanha e Canadá. O roteiro do segundo semestre passa por Alemanha, Inglaterra, Bélgica e França.
Na nova coreografia com música de Philip Glass, Rodrigo Pederneiras promete novo sucesso. Em torno da idéia minimalista de que "o menos é mais", Rodrigo procurou economizar meios –em termos de espaço e frases coreográficas.
"À primeira vista, pode parecer um balé menos elaborado. Mas a simplificação propositada foi muito mais difícil de ser atingida", diz.
Além da coreografia de Rodrigo, o Corpo se completa com mais três criadores: Freusa Zechmeister, Fernando Velloso e Paulo Pederneiras, autores dos figurinos, cenários e iluminação de "Sete ou Oito Peças para um Ballet".
Remetendo às listras que marcaram especialmente as obras de artistas plásticos minimalistas como Barnet Newman e Morris Louis, os figurinos de Freusa e o cenário de Velloso procuram "reimaginar" a arte minimal dentro de uma estética brasileira.
"Sete ou Oito Peças para um Ballet" transcorre num palco predominantemente verde (pela primeira vez, o Corpo usa piso colorido).
No total, os efeitos plásticos se harmonizam. "No Corpo, somos cada vez mais uníssonos e complementares", enfatiza Velloso sobre a afinada equipe do Corpo, que se completa com um elenco de 18 excelentes bailarinos.

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