São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Rossi leva servidores de Osasco para platéia

JOÃO BAPTISTA NATALI; MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito de Osasco e candidato a governador de São Paulo pelo PDT, Francisco Rossi, usou a máquina administrativa de seu município para atrair público à convenção de seu partido.
A Folha constatou alguns casos.
José, 42, -ele pediu para não ter seu sobrenome publicado para evitar represálias- é eletricista da Secretaria de Obras.
Disse ter sido obrigado por seu chefe de seção a embarcar num ônibus com 27 colegas de trabalho.
"Quem não viesse perdia o emprego", disse ele, desajeitado dentro de uma camiseta três números maior que o seu, estampada com os nomes de Rossi e Brizola.
Convidado a dar sua versão, Rossi afirmou que "ninguém é obrigado a nada" e que "seria um absurdo imaginar presença obrigatório de funcionários num dia em que não há expediente".
Há também o caso das servidoras da creche do bairro de Vila Isabel. Da diretora às auxiliares de limpeza, estavam todas presentes.
A Folha também apurou que foram pressionados os moradores dos 256 apartamentos do conjunto Lindolpho Collor. Eles são inquilinos da prefeitura.
Os servidores ontem presentes à convenção terão direito a duas faltas abonadas até junho.
A convenção que homologou a candidatura de Rossi escolheu como vice Carlos Junqueira Azevedo. Concorrerão ao Senado Elias Jorge e Carlos Caboclo.
Como se tratava também da Convenção Nacional que oficializou a candidatura de Brizola, circulavam entre entusiasmados e sonolentos, pelo Anhembi, ocupantes de cerca de 150 ônibus vindos do Rio de Janeiro.
Era um público heterogêneo. Filiados entusiastas de Jacarepaguá e Japeri se misturavam a servidores da Prefeitura de Niterói, onde o prefeito Jorge Roberto Silveira procurou reforçar numericamente a torcida do evento.
(João Baptista Natali e Mário Simas Filho)

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