São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Alternativas

DEMIAN FIOCCA

Altas taxas de juros têm relativa eficácia para conter os preços no curto prazo. Mas a utilização excessiva e isolada dessa política levou a retumbantes fracassos no passado.
No final da administração Sarney, taxas reais positivas serviram para evitar a hiperinflação, mas logrou-se apenas passar o problema para o próximo governo, com uma inflação de 84% no último mês.
No período de Marcílio, o governo Collor logrou manter a inflação em 25% ao mês, mas as altíssimos taxas financeiras levaram o país à recessão.
A atual equipe pretende usar os juros para conter a demanda após a estabilização. O ajuste será tanto melhor, porém, quanto mais se puder evitar esse instrumento, pois tem efeitos adversos sobre o setor produtivo e alto custo para o Estado –gasta-se mensalmente US$ 2,5 bilhões em juros (internos e externos), contra US$ 1,5 bilhão com a folha de pagamentos.
Descartar limitações administrativas ao crédito (que nada custam), vacilar no equilíbrio fiscal e apostar somente nos juros reais seria repetir parte dos erros do passado, piorando as perspectivas para o futuro.

P.S.: Como previsto dia 15 nesta coluna, foi modificado o cálculo da TR para junho e as cadernetas de poupança não devem perder na entrada do real.

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