São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diversificação traz rentabilidade de 49,14%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A rentabilidade líquida (descontados os impostos) da carteira Folha de investimentos foi de 49,14% no período de 25 de abril a 25 de maio de 1994. A Ufir teve uma variação de 43,44% no período.
Maria Angela Assumpção, diretora do Banco Itamarati, diversificou os investimentos entre aplicações de renda fixa (caderneta de poupança, fundo de commodities e CDB prefixado) e fundo de ações.
A troca da moeda para o real em 1º de julho está se aproximando e é hora, agora, de se preparar para o futuro.
Assumpção diz que o governo já demonstrou que não pretende estimular aplicações em Certificado de Depósito Bancário prefixado, que embutiria a expectativa de inflação futura.
O governo não proibiu a emissão dos CDBs prefixados a partir desta segunda-feira, mas jogou uma pá de cal no mercado ao aumentar o prazo da captação de 30 dias para 90 dias.
Ao desestimular as aplicações em CDBs prefixados, o Banco Central se desobrigou de sinalizar a expectativa de inflação para o primeiro mês do real.
Para a executiva, o investidor deve preferir os fundos de investimento a aplicações em CDBs. Os fundos de commodities diluem o risco do investimento e têm a vantagem da retirada a qualquer momento passado o período inicial de 30 dias.
Por seu lado, os administradores de fundos deverão preferir os CDBs corrigidos pela Taxa Referencial aos papéis prefixados. A TR deverá ser um bom indexador, diz Maria Angela.
A dirigente acredita que o programa econômico do governo representa uma nova chance para o Brasil e o governo não quer assumir qualquer risco de trauma para aplicadores em cadernetas e outras aplicações financeiras.
Assumpção diz que é preciso que o investidor fique de antenas ligadas se quiser destinar parte do dinheiro para as Bolsas de Valores. Quem coloca dinheiro em Bolsa não deve ter nenhum compromisso.
Há fatores positivos a impulsionar as Bolsas, como os baixos preços das ações e a preparação da troca para o real.
A equação se complica no mercado acionário, por causa da vinculação do comportamento das Bolsas aos resultados de pesquisas eleitorais ou mesmo ao desempenho das taxas de juros externas.
A executiva acredita que a inflação em junho deverá ser um pouco maior do que a de maio. Para aproveitar ocasiões de juros altos, a receita é aplicar um pouco do dinheiro em fundos de renda fixa Depósito Interfinanceiro, diz.
Assumpção acredita que o governo subirá alguns degraus nos juros reais no início da troca da moeda para o real. Será um período de alguns meses de juros altos para evitar a fuga para o consumo. Ela não acredita que os juros continuarão elevados no longo prazo.

Texto Anterior: Alternativas
Próximo Texto: Fundos são indicados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.