São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Atriz mostra força como rival de Moura

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-artístico de "Memorial de Maria Moura", Carlos Manga, chegou a temer pela escolha da atriz Zezé Polessa para o papel-chave da matrona Firma. Zezé vinha de tipos mais doces e cômicos, e Firma é a mulher de sangue ruim que manipula seu clã para realizar o ódio contra Maria Moura (Glória Pires).
O tempo mostrou que Manga não tinha nada a temer: de buço e cigarro na boca, Zezé está absoluta no papel, como confirma a minissérie, no ar desde o dia 17. Firma, o marido Tonho (Ernani Moraes) e o cunhado Irineu (Otávio Muller) compõem o clã dos Marias Pretas, um dos núcleos mais fortes de "Memorial".
"Eu não queria fazer uma bruxa, mas alguém que ameaçasse realmente a Maria Moura", diz Zezé, 40, médica formada que nunca exerceu a profissão. "A Firma reage a um mundo que, na sua maldade, ela acha hostil".
A atriz se sente orgulhosa do trabalho feito pela equipe da minissérie. "É bom ver arte na TV, mas sei que não dá para fazer trabalhos tão apurados com a quantidade de produção dramatúrgica veiculada hoje", diz. Sobre o cuidado com a interpretação, acha que o fato da minissérie ser uma "obra fechada" ajuda.
Depois de ler o romance de Rachel de Queiroz e quase que reescrever suas falas ao lado de Iris Gomes, responsável pela pesquisa de prosódia da minissérie, Zezé chegou à Firma. O bigodinho, marca registrada da personagem, foi obra do maquiador Jaques Monteiro.
"A Firma não deixa de ser ridícula naquela obsessão dela, mas eu optei por deixar o risível de lado", diz a atriz.
Zezé Polessa estreou na televisão em 86, no seriado "Tamanho Família", da Manchete. Atriz profissional desde 81, ela representa desde a infância. O desembarque na Globo aconteceu em 89, para ser a Naná do sucesso "Top Model".
Logo depois de uma desastrada e breve passagem pelo SBT, onde ficou a ver navios com o fracasso de "Brasileiros e Brasileiras", voltou à Globo para "Vamp", outra bola fora.
Mas ela sobreviveu e, depois de "Memorial", já tem convite para uma participação nos primeiros capítulos de "Pátria Minha", novela de Gilberto Braga que substituirá "Fera Ferida". Será Neide, do núcleo nova-iorquino da trama.
Até lá, ela ensaia ao lado do filho João Polessa Dantas, 12, a peça que vai produzir para ser encenada também em julho, no Rio – "A Mulher que Matou os Peixes", de Clarisse Lispector. Ela interpreta a própria.

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