São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Poupança hoje paga mais de 40% em julho

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os depósitos nas cadernetas de poupança hoje terão a melhor rentabilidade nominal (sem descontar a inflação) nas contas em julho.
Quem aplicar hoje deve receber em 6 de julho rendimento de 42,6%, segundo estimativas de mercado. As projeções são precárias, pois ainda não se conhece as taxas que o Banco Central deverá praticar no início do real.
Hoje e amanhã serão dias oportunos para que o poupador tenha em julho rendimento na caderneta superior a 40%.
A tendência é de os juros nominais de toda a economia irem declinando de maneira gradativa na entrada do real, pois se espera em julho que a taxa de inflação seja bem menor do que a deste mês.
Os depósitos em cadernetas estão crescendo, principalmente pela migração de dinheiro que estava nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados.
Os investidores relutam em aplicar em CDBs prefixados após a ampliação dos prazos mínimos de 30 para 90 dias.
Há dificuldade de se estimar a inflação e os juros reais (acima da inflação) embutidos na rentabilidade nominal dos CDBs prefixados de 90 dias, diz Silvestre Vieira Caetano, diretor do Banco Econômico.
A estimativa é de um aumento na captação líquida (depósitos menos saques) nas cadernetas este mês em torno de 2,5%, segundo Luiz Eduardo Pinto Lima, vice-presidente do Unibanco.
As cadernetas de poupança passaram a ser as vedetes do mercado, após a mudança da metodologia da Taxa Referencial (TR), agora baseada nos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDIs), que lastreiam operações entre bancos.
As cadernetas estão tendo um estímulo indireto também no cálculo da Taxa Referencial.
O Banco Central apurou taxas médias de overnight nos CDIs –utilizados para o cálculo da TR de 54,29% no dia 30 e de 56,95% ao mês no dia 31. As taxas ficaram acima das calculadas (54,18% e 56,93%, respectivamente) pela Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), administrada por entidades privadas.
Francisco Lafayette, administrador de carteiras do Banco Banorte, diz que, além das cadernetas, os fundos de commodities deverão também manter sua competitividade, pois garantem a liquidez para o investidor passada a carência inicial de 30 dias.
Luiz Antonio De Conti, diretor-adjunto do Banco Lavra, afirma que no caso das Bolsas é possível vislumbrar alguns setores que deverão ter uma melhor rentabilidade com o Plano Real.
Para ele, o setor exportador perde os atrativos, se houver a fixação do câmbio e ocorrer inflação residual. Devem ser beneficiadas pelo Plano Real as empresas ligadas ao mercado interno, como as lojas de departamentos e as do setor têxtil e de confecção.

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