São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fenit começa amanhã no Anhembi e vendas devem atingir US$ 5 bi

KATIA MILITELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa amanhã no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, a 43ª Fenit - Feira Internacional da Indústria Têxtil.
Em clima de indefinição provocado pelas incertezas que rondam o consumo com a chegada do real, os 650 expositores da Fenit mostram a lojistas de todo o país a moda primavera-verão, que estará nas vitrines a partir de setembro.
Fernando Horta, diretor da Fenit, afirma que são esperados, nos quatro dias da feira, 58 mil visitantes ligados ao setor. Deste total, 2.300 vêm do exterior.
Segundo Eduardo Costa, diretor da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), a expectativa das confecções é repetir o volume de vendas registrado na Fenit de 93.
No ano passado as confecções movimentaram cerca de US$ 5 bilhões na feira. Isso representa dois meses de produção do setor.
"Existe um clima de incerteza provocado pela chegada do real. O comércio não aposta no aumento do consumo e está indeciso sobre como comprar", afirma Costa.
A maior vitrine da indústria têxtil expõe, além de lançamentos e tendências de moda, um setor que não comemora resultados. Há dois anos o faturamento médio se mantém em US$ 17,5 bilhões/ano.
Nos primeiros quatro meses deste ano, segundo balanço da Abravest, a produção de vestuário manteve-se praticamente estável em 139 milhões de peças/mês.
O setor não conseguiu segurar a mão-de-obra. Ainda segundo a Abravest, as confecções fecharam o primeiro quadrimestre deste ano com 10% menos funcionários do que no mesmo período de 93.
"A queda vem acontecenco desde 89, quando tínhamos 1,8 milhão de empregados. Fechamos 93 com 800 mil", afirma Costa.
A chegada do real, em 1º de julho, não deve atrapalhar, na Fenit, as negociações de prazo de pagamento entre indústria e lojistas.
As confecções urvizaram seus preços sem grandes traumas, pois já operavam na variação do dólar.
"Os custos e preços já estão em URV. Vamos vender na Fenit em URV e depois transformar as faturas para o real", afirma Ronald Fleischner, diretor da Abravest.

Texto Anterior: Tarifas públicas ficam fixas a partir do lançamento do real
Próximo Texto: Fenatec reúne 180 empresas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.