São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Nigéria sonha com as semifinais para provar supremacia na África

DA REPORTAGEM LOCAL*

A Nigéria tem poucas possibilidades de conquistar a Copa do Mundo, mas tem um objetivo ambicioso nos EUA: provar que possui o melhor futebol da África.
O técnico, o holandês Clemens Westerhof, já afirmou que o sonho de sua equipe é chegar às semifinais da Copa.
Seria o melhor resultado da história do futebol africano em Copas do Mundo, superando a façanha de Camarões em 90, na Itália (quartas-de-final).
Muito do sucesso nigeriano dependerá do desempenho do atacante Yekini, que já é comparado a Eusébio, o moçambicano que levou Portugal ao terceiro lugar na Copa de 1966.
Os nigerianos têm boa experiência internacional. A esmagadora maioria dos convocados atua na Europa. Isso os ajuda a assimilar esquemas táticos europeus.
Os jornalistas nigerianos, no entanto, acusam Westerhof de ser um ignorante em tática. Assim mesmo, ele levou a equipe ao título africano, em abril deste ano, na Tunísia. Yekini foi o artilheiro da competição, com cinco gols.
Na final, a Nigéria superou Zâmbia por 2 a 1, em Túnis. O sólido bloqueio defensivo nigeriano foi fundamental na decisão.
As "Super Águias" (apelido da seleção) confiam mais no talento individual dos jogadores que na força do conjunto.
"Temos tantos jogadores talentosos que podíamos formar dois times e ainda sermos os melhores do continente", gaba-se o atacante Viktor Ikpeba.
A filosofia do treinador lembra um acampamento militar. Westerhof jogou no time do exército holandês. Levou muito dessa experiência para fora da caserna.
"Trabalho de forma militar, o que parece funcionar com esses soldados", admite.
Se conseguir o resultado que deseja, Westerhof será um herói na Nigéria. Basta lembrar o que ocorreu quando a seleção ganhou a Copa da África: a população saiu às ruas para festejar, gritando que "Deus é nigeriano".

*Hoje, excepcionalmente, não publicamos o texto de Jairo dos Santos, observador do técnico Parreira

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