São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Renato Russo foi 'irmão mais velho'

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Renato Russo foi "irmão mais velho"
Foi um amigo do colégio quem me apresentou ao Legião Urbana. Li as letras, achei o máximo. Aquele disco de capa branca virou a trilha sonora de 1985. Renato Russo logo virou nosso ídolo.
Ele falava coisas que antes ninguém dizia (a gente só tinha 15 anos, não conhecia muito de rock ainda). Falava de briga com os pais e dos playboys que tratam meninas como lixo.
Era uma identificação total. O disco "Dois" só reforçou isso. Aquelas coisas eram tudo o que a gente – adolescentes confusos – queria ouvir. Ele era um cara sensível que tinha conseguido se dar bem, era como um irmão mais velho carente.
Um amigo meu encontrou com o Russo na rua uma vez. Falou com ele tremendo. Renato estava com um isqueiro roxo. Meu amigo entrou no bar mais próximo e comprou um igual.
Encontrei esse mesmo amigo no último show que o Legião fez no Rio. Ele (agora músico de uma banda grunge) fugiu de mim e disse que tinha ido lá só para dar uma olhada. Não gostava mais do Legião. É que gostar do Legião tinha virado pagação de mico.
Olhando para aquela época acho que Russo era meio guru, sim. Quem já viu um show do Legião sabe disso.
Teve uma vez no Maracanãzinho que ele contou que tinha cortado os pulsos por causa de uma menina.
Renato sempre tratou os fãs como amigos íntimos. E os fãs sempre trataram Renato como o melhor amigo.

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