São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 |
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Murdoch já ameaça grandes redes dos EUA Empresário agrega mais 12 emissoras à sua rede Fox CARLOS EDUARDO LINS E SILVA
Na semana passada, ao passar para a Fox por US$ 500 milhões, 12 importantes emissoras antes afiliadas à CBS (8 delas), ABC (3) e NBC (1), a Fox passou a ter 143 estações na rede e agora atinge 95% dos domicílios do país. Ele também conseguiu por US$ 1,6 bilhão a exclusividade dos direitos de transmissão ao vivo dos jogos do campeonato de futebol americano de 1994-1995, um dos seguros líderes de audiência todos os anos nos EUA. Com isso, Murdoch espera aumentar em pelo menos 50% seus atuais índices de audiência e passar a concorrer pelo terceiro lugar. Na temporada 1993-1994, a ABC liderou a corrida pelo telespectador, com audiência média diária de 22% dos aparelhos ligados. O segundo lugar foi para a CBS, com 20%, o terceiro para a NBC, com 18%. A Fox teve 14%. Mas Murdoch não tem recebido apenas boas notícias. O governo ameaça rever a compra de seis emissoras em 1985 com a qual ele iniciou a Fox. Com novos documentos, seus adversários políticos, entre os quais o ainda poderoso senador Edward Kennedy, querem provar que o negócio de 1985 contrariou lei que proíbe a estrangeiros possuir emissoras de TV. Murdoch se naturalizou como americano semanas antes de comprar as emissoras. Mas há dúvidas sobre quanto das ações das emissoras ficaram sob o controle da empresa australiana News Corporation, também de Murdoch. A Fox investe pouco em jornalismo, uma das mais importantes fontes de receita e audiência das outras três redes. O maior sucesso da história da Fox é a série de desenho animado "Os Simpsons", exibida no Brasil. Além da Fox, Murdoch é dono da rede de livrarias Barnes & Noble, da revista "New York", do estúdio Twentieth Century Fox, das editoras Harper Collins, Basic Books, Scott Foresman e Ballinger e dos jornais "The New York Post" e "San Antonio Express". Fora dos EUA, ele possui emissoras de TV e vídeo na Espanha, Japão, França, Alemanha, Inglaterra, Hong Kong e Austrália, os jornais britânicos "The Times" e "The Sun" e a editora britânica Marshall Pickering. Murdoch iniciou sua carreira de empresário dos meios de comunicação com um jornal diário na Austrália. Aos 63 anos, é um dos homens mais ricos do mundo. Texto Anterior: Yellowman diz que é o rei do "dancehall" Próximo Texto: Uma piada salva "Brian" Índice |
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