São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Uma piada salva "Brian"

INÁCIO ARAÚJO
DA REDAÇÃO

Folha Imagem
Uma piada salva 'Brian'
Filme: A Vida de Brian
Produção: Inglaterra, 1979, 93 min.
Direção: Terry Jones
Canal: Globo, 1h25

Dois dois belos faroestes estão programados na matinê. "O Dia da Desforra" (Bandeirantes, 13h30), representa mais que honrosamente a vertente italiana, foi apresentado há não muito tempo.
"Os Comancheros" (Record, 13h05) está há algum tempo fora de circulação. É o canto de cisne, fulgurante, de Michael Curtiz, o diretor de "Casablanca".
Se Sollima joga a carta das grandes surpresas, das reviravoltas com teor político, Curtiz trabalha o registro clássico: um homem da lei (John Wayne) conduz criminoso (Stuart Whitman) à prisão.
Mas os acontecimentos no meio do caminho terminam por uni-los: o combate aos "comancheros" (contrabandistas que agem junto aos índios) mostrará que o caráter nem sempre se mostra em linha reta.
A noite pode não ser muito animadora, embora muitos adorem o humor do grupo inglês Monty Python. A história de Brian, o sujeito que nasce no mesmo dia de Cristo, em outra manjedoura, tem as facilidades habituais da paródia.
Uma sequência, porém, salva (e de certo modo justifica) a noite: quando dois homens conversam em uma arena romana às moscas. Os poucos espectadores das lutas de gladiadores (ou algo assim) reagem como em um jogo de futebol.
É um momento de humor realmente crítico: nas superproduções bíblicas a arena sempre está cheia de romanos sedentos de sangue. Por que deveria ser assim? Por que não poderia ser como nos jogos de futebol contemporâneos?
O Monthy Python levanta essa hipótese com humor. Se houvesse dez gags com essa classe em todo o filme, "A Vida de Brian" seria outra. (Inácio Araujo)

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