São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Parabólica entra em alta na Copa

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A garantia de assistir aos jogos da Copa do Mundo sem "fantasmas" ou "chuviscos" que atrapalhem a imagem da TV já provocou um aumento de 20% na procura por antenas parabólicas.
Isso pode não representar nada se comparado à última Copa do Mundo, em 1990, na Itália.
Na época, as vendas chegaram a dobrar, segundo Adalberto Vianna, diretor da Netsat, que comercializa cinco canais por assinatura.
No entanto, a expectativa de assistir à Copa com uma "imagem perfeita" fez o número de vendas no país passar de 45 mil, em dezembro de 1993, para 60 mil, em maio e junho deste ano.
Além disso, o preço de uma antena parabólica média, entre 230 URVs e 500 URVs (CR$ 462.530,00 e CR$ 1.005.500,00) pode ser compensador em relação a uma antena VHF, média de 200 URVs (CR$ 402.200,00).
Segundo dados da Abinne (Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica), há hoje no Brasil 1,3 milhão de antenas parabólicas.
Para o gerente de produtos da Eletrônica Walgran, José Maria Fortes, o objetivo de quem compra uma antena parabólica é ter uma imagem nítida dos canais comerciais (Globo, SBT, Manchete, Bandeirantes e TVE, do Rio).
Esses canais são captados do Brasilsat (satélite brasileiro). As emissoras enviam o sinal com a programação para o satélite.
Essa programação é captada pela parabólica, passa por um receptor e é transmitida pela TV.
Para captar o satélite internacional é necessário uma antena de 5m de diâmetro e um rastreador.
Essa antena é pouco usada hoje por ser muito cara (cerca de US$ 3.000). Além disso, normalmente as imagens estão codificadas.
Fortes afirma que quem quiser captar canais internacionais, pode optar pelas TVs por assinatura (leia texto abaixo).
Para Justiniano Henrique Costa, diretor da Abinne, a desvantagem da parabólica é que ela só transmite a programação nacional.
"Telejornais ou propagandas regionais não são transmitidos e a tela fica negra", disse.
A maior procura por antenas parabólicas é no interior (85% do total de vendas) e na periferia.
Os bairros de Ipiranga, Morumbi (zona sul), Serra da Cantareira, Perus (norte), Lapa (oeste), Itaquera (leste) e a região do ABC são os de maior procura.
Segundo Henrique, o sinal é mais fraco de acordo a distância em relação às antenas transmissoras da avenida Paulista e do Sumaré.
"A captação do sinal por antena VHF é atrapalhada por prédios e geografia acidentada", disse.
(Alessandra Blanco)

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