São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Parreira discorda de Zagalo sobre Raí como o capitão

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

O técnico Carlos Alberto Parreira disse ontem que não é necessário que um jogador tenha participado em Copas do Mundo para ser o capitão da equipe. Aumentou com isso a polêmica sobre quem deverá desempenhar essa função no Mundial dos EUA.
Anteontem, o coordenador-técnico Mário Lobo Zagalo disse que o meia Raí não poderia desempenhar a função porque esta seria sua primeira Copa do Mundo.
A declaração de ontem de Parreira foi dada durante a entrevista coletiva das 11h (15h em Brasília). Zagalo estava ao seu lado. Não reagiu. Apenas abaixou a cabeça.
Zagalo é hierarquicamente subordinado a Parreira.
Após o treino coletivo de ontem, Parreira decidiu que o lateral Jorginho será o capitão da seleção no jogo de hoje à noite, contra Honduras.
A permanecer o rodízio, Ricardo Rocha assume o comando no domingo, contra El Salvador.
Tanto Jorginho como Ricardo Rocha participaram da seleção em 1990.
"Eu encaro naturalmente essa questão. Mas eu continuo achando que o Raí é o jogador mais indicado para ser o capitão da seleção. É um jogador respeitado por todos", disse Jorginho.
O zagueiro Ricardo Rocha, que reclamou de dores na coxa direita no sábado passado e não pôde jogar contra o Canadá, treinou normalmente.
Mas não está confirmada sua escalação para o jogo de hoje. Antes, o zagueiro vai fazer um teste físico com o médico Lídio Toledo.
Raí foi o capitão da seleção durante a disputa de uma vaga para a Copa do Mundo. Nesse perído, o meia foi criticado duramente por Zagalo, que pedia a sua saída do time. Parreira resistiu.
O técnico anunciou que faria um rodízio dos ocupantes da função de capitão no time no dia do primeiro amistoso na América do Norte, domingo passado, no Canadá.
Há duas razões principais para Parreira ter feito isso: 1) quer definitivamente deixar claro para Raí que ele tem que aumentar o seu rendimento, pois não seria um titular absoluto no time e 2) quis aliviar o meia do Paris Saint-Germain do peso de conduzir também a equipe dentro de campo.
"Para ser capitão da equipe, um jogador tem que ter ascendência técnica e moral sobre a equipe. Tem que ser respeitado pelos jogadores", disse ontem Parreira.
(FR e MM)

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