São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Primeiro passo é saber como o micro opera

MARIA EDICY MOREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Professores de informática, mesmo usando diferentes métodos, concordam que o primeiro passo para aprender a operar o micro é entender como ele e seus programas funcionam.
"Para ser um bom usuário de computador é preciso primeiro entender a lógica de funcionamento da máquina e dos programas", afirma o instrutor Sergio Gomes.
Rodrigo Santaliestra, professor particular, afirma que o usuário deve evitar sair clicando figuras e menus freneticamente sem saber o que quer.
"Ele deve entender a lógica das coisas, estabelecer procedimentos para depois buscar seu objetivo" afirma.
Segundo Santaliestra, o usuário deve preocupar-se em aprender como buscar as informações em vez de ficar decorando comandos.
Aprender um programa de cada vez também ajuda a evitar confusão de comandos e de idéias.
Trabalhar com exemplos práticos, segundo Érica Gallucci, 32, sócia da Statim Informática, é outra forma de acelerar o aprendizado ao usar o micro.
"O ideal é o usuário reproduzir no computador as tarefas de seu dia-a-dia", diz Érica.
Usar o computador o máximo possível e sem medo é outra receita para dominar a máquina. "O aluno deve agir como criança, sem medo de errar", diz Gallucci.
Quem não domina o inglês deve optar por programas em português para esclarecer as dúvidas mais rapidamente.
Mercado de trabalho
Apesar do crescimento da informática, o número de pessoas que não sabem usar um computador ainda é muito grande, mesmo nos Estados Unidos.
Pesquisas mostram que muita gente vem deixando de ser contratada porque não sabe usar o micro. Elas perdem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos ou simplesmente de se divertir.
Executivos que têm medo de usar um simples correio eletrônico são passados para trás por jovens na faixa dos 20 anos.
Esses usam sua intimidade com a tecnologia para superar os chefes –"ignorantes" em informática– buscando informações a que nem seus superiores têm acesso.
Essa competição pelo domínio das informações e da tecnologia faz as empresas dos países industrializados e do Brasil preterirem os leigos em informática.
A demanda por conhecimentos tecnológicos interfere na seleção de executivos e de profissionais menos graduados, chegando a ser exigência em algumas áreas.
"Para ocupar cargos nas áreas de finanças e planejamento é imprescindível ter conhecimento de informática", afirma Suely Justo Fernandes, 43, chefe de recursos humanos e serviços administrativos da Shell.
Na Hoechst do Brasil e na Sul América Cia. de Seguros, também as vagas para finanças, planejamento e recursos humanos requerem conhecimentos sobre micros.
Além disso, as chefes de recursos humanos da Shell, Hoechst e Sul América disseram que a maioria das outras vagas requisitam experiência com micros e que esse requisito pesa na seleção.
Segundo Maria Isabel de Almeida Batista, 34, supervisora de recursos humanos da Sul América, a empresa tem uma estrutura de treinamento e sempre recicla seus empregados em informática. Mesmo assim, prefere não contratar leigos.
A chefe de recursos humanos da Shell diz que um funcionário que não saiba informática precisa de seis meses para ser treinado e começar a ser eficiente com as novas ferramentas.
Segundo ela, isso representa custos que podem ser evitados pela empresa.

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