São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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EUA protegeram ex-general

DO "THE INDEPENDENT"

Os serviços norte-americanos de informações deram imunidade ao último general da SS ainda vivo, que era procurado no final da Segunda Guerra Mundial por ter ordenado massacres de soldados aliados. A informação veio dos arquivos da CIA sobre o nazista.
Wilhelm Mohnke, 83, foi procurado por ter ordenado a morte de prisioneiros de guerra britânicos, canadenses e norte-americanos.
Ele esteve com Hitler em seu último bunker, em Berlim, e foi capturado pelos soviéticos. Foi mantido na prisão Lubianka, em Moscou, até 1955, e depois voltou a Hamburgo, onde tornou-se empresário. Hoje vive de uma aposentadoria de US$ 35 mil anuais.
Segundo fontes citadas pela TV ABC, Mohnke foi interrogado pela CIA (serviço de informações dos EUA) quando libertado.
Os arquivos da CIA mostram que ele deu informações sobre outros nazistas e veteranos da SS em troca de dinheiro e de garantias de que não seria processado pelos alemães ou pelos britânicos.
A CIA provavelmente achou que não precisaria honrar a promessa. Os aliados haviam encerrado os julgamentos por crimes de guerra e, com a Guerra Fria, os EUA achavam que a principal ameaça era a URSS.
Um ex-oficial da inteligência militar dos EUA disse que em 1955 os serviços de informações queriam entrevistar qualquer nazista importante que saísse da Rússia. O objetivo era descobrir quais de seus colegas teriam se tornado agentes soviéticos e quanto os russos haviam descoberto sobre nazistas no Ocidente.
No Reino Unido Mohnke ficou esquecido até os anos 70, quando um historiador que escrevia um livro sobre o massacre de 90 prisioneiros de guerra britânicos num paiol em Wormhoudt, perto de Dunquerque, em 1940, descobriu que ele estava vivo.
Em janeiro deste ano a Alemanha decidiu não haver evidências suficientes para processar Mohnke por seu papel em Wormhoudt, nem pelas chacinas de 130 prisioneiros canadenses na Normandia (1944) e de 72 americanos durante a ofensiva alemã das Ardenas.

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