São Paulo, quinta-feira, 9 de junho de 1994
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Ágio do dólar no paralelo chega a 2,17%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O ágio do dólar no paralelo ontem de 2,17% foi o maior desde 23 de dezembro de 1993 (2,35%).
A procura pelo dólar no "black" está intensa. Há os pequenos poupadores e mesmo turistas antecipando compras e também grandes investidores especulando com a expectativa de mididesvalorização.
O problema é que mesmo dirigentes de bancos estrangeiros estão confusos com a virada do câmbio na troca para o real.
O mercado de CDI do dia 30 deverá trabalhar com uma taxa nominal de juros menor do que a do over (Selic). A dúvida é com relação à necessidade de realizar dupla correção ainda este mês, por causa do feriado nos Estados Unidos na segunda-feira, dia 4.
Para evitar ganhos especulativos, o Banco Central exige que as instituições equilibrem suas carteiras de câmbio na virada para o real. Isso provocou dúvidas no mercado sobre as razões que teriam levado o BC exigir a "zeragem" das carteiras de câmbio das instituições.
O Banco Central fez ontem diversos leilões para sinalizar as cotações. Realizou dois leilões de venda no mercado de dólar flutuante e dois (um de compra e outro de venda) no comercial.
Ontem, os juros dos Certificados de Depósito Bancário indexados à Unidade Real de Valor deram um salto.
A alta já reflete a expectativa de juros mais altos na troca da moeda para o real. As taxas dos CDBs no dia anterior variavam entre 30% e 42% ao ano. Ontem, estavam entre 35% e 47% ao ano, sendo que chegaram a 55% ao ano em algumas instituições.
A Bolsa de Valores perderam o fôlego. O índice Bovespa registrou ontem baixa de 3,3%, após 15 pregões consecutivos de alta.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o mercado fez a sua primeira estimativa deste mês da inflação para junho: 45,5%.(Rodney Vergili)
JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 1,670% no último dia 6. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros variaram entre 57,15% e 57,17% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 9 rendem 49,4334%. As taxas dos CDBs de 30 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 8% e 15% ao ano. As taxas dos CDBs em URV variaram entre 35% e 47% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: média de 57,5% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 60% ao ano em URV.
No exterior

Prime rate: 7,25% ao ano. Libor: 4,8125%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,3%, fechando com 28.218 pontos e volume financeiro de CR$ 552,85 bilhões, contra CR$ 516,0 bilhões no pregão anterior. Rio: baixa de 2,2% (I-Senn), fechando com 109.432 pontos e volume financeiro de CR$ 76,04 bilhões, contra CR$ 84,88 bilhões no dia anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.749,45 pontos, contra 3.755,91 pontos no dia anterior. O índice Financial Times da Bolsa de Londres fechou com 2.411,70 pontos, contra 2.381,90 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 21.261,95 pontos, contra 21.042,71 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 2.045,64 (compra) e CR$ 2.045,66 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 2.010,07 (compra) e CR$ 2.010,09 (venda). "Black": CR$ 2.060,00 (compra) e CR$ 2.090,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 2.015,00 (compra) e CR$ 2.025,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.970,00 (compra) e CR$ 2.030,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,96%, fechando a CR$ 25.020,00 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada a US$ 1,5072, contra US$ 1,5078 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6705 marco alemão, contra 1,6695 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 104,32 ienes, contra 105,31 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 381,70, contra US$ 381,10 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou em 47,73%.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para junho ficou em 42,21%.
O mercado futuro do índice da Bolsa paulista para junho fechou com 30.200 pontos, o que projeta lucratividade de 40,41%.

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