São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Manchester volta às paradas britânicas

CAMILO ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE LONDRES

Quatro anos depois eles estão voltando. E provaram que não eram parte de uma moda passageira. As bandas que o mundo conheceu através do fenômeno do indie-dance (ou "baggy", na Inglaterra; ou ainda, genericamente, as "bandinhas de Manchester") estão com discos novos e, em alguns casos, reencontrando o sucesso.
Os últimos LPs dos Charlatans ("Up To Our Hips") e do Inspiral Carpets ("Devil Hopping") os levaram novamente ao topo das paradas inglesas.
Ainda estão aqui as típicas guitarras "groovy" e órgãos de churrascaria dos anos 60. Mas no geral, as bandas trazem um som mais amadurecido e diversificado.
O Blur e o Primal Scream não eram de Manchester (respectivamente, Londres e Brighton) mas na época foram incluídos no pacote pelo som.
O Blur, de uns tempos para cá, só tem dado bola dentro na Inglaterra: a crítica os adora e o público levou o último disco, "Parklife", ao topo da parada nacional.
O som evoluiu muito. Virou um pop eclético que inclui Jam, Madness, Kinks, Smiths e Devo. Já o Primal Scream engatou marcha-ré. O disco "Give Out But Don't Give Up" é cópia de Stones fase 71.
Quanto aos atores principais do enredo, Stone Roses e Happy Mondays, sua volta permanece em mistério. O SR virou piada na Inglaterra: mais de cinco anos entre sua estréia, "The Stone Roses", e o tão esperado segundo álbum, há muito prometido e nunca entregue.
A previsão recente fala em fim desse ano, mas depois de tantos adiamentos, só vendo. A banda já trocou de produtor duas vezes.
O Happy Mondays se dissolveu em 92, depois do fiasco do LP "...Yes Please!". O vocalista hooligan Shaun Ryder montou uma banda nova, Black Grape.
Ele não é mais o cara que consumia 40 doses de crack ao dia. Voltou mais sério, falando pouco, ainda irado com a mídia que o pôs no pedestal e depois se deliciou com os detalhes de sua decadência.

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