São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Cantora passa anônima no RJ

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DO ENVIADO ESPECIAL A VIENA

Eliane Coelho se define como "uma típica garota de Ipanema". Apesar de ter se casado com um alemão –o cenógrafo Guenther Kupfer–, nunca quis ter passaporte europeu. "É brasileiro mesmo", diz, orgulhosa.
Ela passou a infância num apartamento da rua Gomes Cardoso, em Ipanema. Gostava de nadar no Arpoador. Começou a estudar canto aos 16 anos, com a professora Solange Renault. O pai, funcionário público, queria que ela fizesse Arquitetura. Ela fez vestibular na área e passou.
Em 1971, decidiu seguir em definitivo a carreira de cantora lírica. Economizou dinheiro e se matriculou na Escola Superior de Música de Hanover (Alemanha). Estreou em 1976 na Ópera de Detmold. Interpretou Violeta em "La Traviata". Permaneceu ali dois anos, estrelando óperas de todo tipo de estilo, de Mozart a Verdi.
Mudou-se em 1978 para Bremen. Cinco anos depois, no mesmo teatro, estrelava a ópera moderna e atonal "Lulu", de Alban Berg.
O papel era difícil. Eliane se saiu bem e começou a ser convidada para integrar produções em casas maiores, como as de Stuttgart, Turim, Aix-en-Provence e a Ópera Popular de Viena.
A Ópera Estatal de Viena convidou-a em 1991 para ingressar na casa devido a suas performances como "Tosca" na Ópera Popular.
Passou a colecionar críticas positivas e a ser considerada uma especialista em papéis de óperas do pós-romântico Richard Strauss e do clássico Mozart.
Já foi Tosca, Arabella, Butterfly, Mimi, Alice ("Falstaff", de Verdi), Maria Stuart, Abigail e Aída.
Cantou duas vezes no Brasil e só no Municipal do Rio. Em 1984, fez "A Viúva Alegre". Em 1991, Dona Anna em "Don Giovanni". Diz nunca ter sido entrevistada ou recebido uma crítica em seu país. "Mas o público me aplaudiu". (LAG)

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