São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Exército e rebeldes massacram em Ruanda 22 religiosos e 63 civis

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O arcebispo de Kigali, outros 21 religiosos e 63 civis foram mortos em dois massacres em Ruanda.
A FPR (Frente Patriótica Ruandesa) admitiu ontem que o arcebispo e outros 12 religiosos foram mortos por quatro guerrilheiros tutsis da FPR, responsáveis pela segurança do grupo.
Um dos autores do massacre teria dito antes de fugir que os padres e bispos, provavelmente hutus, eram responsáveis pelo massacre da família de um guerrilheiro.
Um deles foi morto por homens da FPR e três deles fugiram. A FPR pediu desculpas pelas mortes e disse que eles estão sendo procurados e irão à corte marcial.
As mortes ocorreram no campo de Kabgayi, próximo à Kigali. Não se sabe a data do massacre.
É a primeira vez desde o início da guerra que um massacre é atribuído aos rebeldes tutsis.
O conflito no país começou em 6 de abril, depois da morte do presidente Juvenal Habyarimana.
Desde então, massacres atribuídos à maioria hutu e combates podem ter matado 500 mil pessoas.
Nove religiosos e 63 civis foram mortos na noite de segunda ou na manhã de terça-feira em uma igreja de Nyamirambo, região da capital controlada por hutus.
Segundo a ONU, o local abrigava civis da minoria tutsi.
O papa João Paulo 2º condenou os massacres e pediu que as partes em conflito no país "martirizado" ponham fim à guerra.
A ONU determinou na quarta-feira o envio de 5.500 soldados para o país. O) quartel da organização foi bombardeado ontem, mas não houve vítimas.

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