São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994 |
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"Matriarca de Canudos" encontrará FHC
TALES FARIA
No ano passado, a presença do candidato do PT à Presidência, Luiz Inacio Lula da Silva, na cidade alegrou "dona Zefinha", como é conhecida em Canudos. Sobre Lula ela afirmou: "É um homem muito bom". Hoje, ele deverá ser atração no palanque do candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Na verdade, FHC estará no mesmo palanque do candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto, do PFL (os dois partido estão coligados). Dona Zefinha sequer sabe que pode votar. Pensa que passou da idade: "Me disseram que, se eu quiser, só posso votar para prefeito", afirmou. Mas ela é respeitada na cidade como quem melhor sabe contar as histórias da guerra de Canudos e do líder da rebelião, Antônio Conselheiro. A cidade hoje conhecida por Canudos não é a Canudos da história de Conselheiro –esta foi encoberta pelas águas de uma represa. Cocorobó era o nome anterior da localidade para a qual foram transferidos os moradores da antiga Canudos quando as águas da represa começaram a subir. Então distrito do município de Euclides da Cunha, se emancipou e trocou de nome há nove anos. Filha de sobreviventes da guerra de Canudos, dona Zefinha também foi transferida para Cocorobó. Canudos era o nome da fazenda tomada em 1893 por Antônio Conselheiro, que pregava pelo interior nordestino e organizava mutirões para a construção de igrejas. Alojado no povoado, ele transformou a fazenda em uma cidade que chegou a ter a segunda maior população do Estado, com 25 mil habitantes. Conselheiro opunha-se à República e defendia a volta ao regime monárquico. Segundo os historiadores, a guerra contra o grupo, e seu posterior extermínio em 1897, serviu de pretexto para a repressão do governo aos demais grupos monárquicos do país. Texto Anterior: FHC quer empregos na agricultura Próximo Texto: Quércia é recebido por 5 mil em Rio Preto Índice |
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