São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994 |
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Líder na Câmara quer demissão de Dallari
SÔNIA MOSSRI; FERNANDO GODINHHO
"Dallari se acabou. Ele não tem mais credibilidade para permanecer na equipe econômica", disse Santos à Folha. O líder do governo no Senado, Pedro Simon, considera que o assessor da Fazenda está desrespeitando o próprio ministro Ricupero, que reclama da elevação dos preços pelas redes de supermercado. Na sexta-feira, afirmações de Dallari, classificando como ajustes da transição para o real as remarcações de preços dos supermercados, irritaram o grupo palaciano e os líderes do governo no Congresso. Luiz Carlos Santos avalia que Dallari "está confundindo a opinião pública" ao atribuir os aumentos de preços verificados nos supermercados a um ajuste das empresas à queda de receita financeira que será provocada pela implantação do real. "Se o Procon de São Paulo já autuou seis supermercados por aumento abusivo de preços, como pode alguém afirmar que não estão ocorrendo abusos?", questiona. Para Santos, "Dallari está falando demais e, com isso, perturbando o sucesso do plano econômico". Na última semana, Itamar irritou-se com as declarações de Dallari criticando a medida provisória das mensalidades escolares. A MP fixou a conversão com base na média em cruzeiros reais e não em URV (Unidade Real de Valor). O assessor da Fazenda disse que o governo editaria outra MP com correções sobre os parâmetros para conversão das mensalidades para o real. Dallari também afirmou que a MP daria margem a contestações judiciais. Antes de embarcar para Salvador, no final da tarde de quinta-feira, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, reuniu-se com Itamar no Planalto. No esforço de tranquilizar Itamar, o ministro disse ao presidente que as declarações do assessor foram mal interpretadas pela imprensa e evitou a demissão de Dallari. Texto Anterior: Propostas econômicas aproximam PT e PMDB Próximo Texto: Dallari nega conflito com o governo Índice |
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