São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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Apoio a Sarney rendeu concessões de rádio e TV

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os evangélicos começaram a marcar sua presença na política durante o Congresso constituinte. Elegeram uma bancada de 34 deputados, a quarta maior do Congresso eleito em 1986.
A maioria dos evangélicos estava no primeiro mandato e foi eleita por partidos conservadores. Votavam de forma uniforme em questões comportamentais e morais.
Em questões políticas, havia a dissidência de seis parlamentares identificados com partidos de esquerda ou centro esquerda.
Praticamente todo o restante da bancada se aliou ao "Centrão" e apoiou teses conservadoras.
Muitos adotaram um comportamento fisiológico, de troca de favores com o governo federal, principalmente a concessão de canais de rádio e televisão.
O deputado federal Mateus Iensen (PSD-PR) foi o autor da emenda que deu cinco anos de mandato ao ex-presidente José Sarney.
Queda
Nas eleições seguintes, em 1990, a bancada evangélica caiu de 34 para 25 deputados.
No impeachment de Fernando Collor de Mello, a maioria da bancada demorou a se definir pela cassação do ex-presidente, como mostra pesquisa feita pelo sociólogo Paul Freston com base no placar publicado pela Folha.
Em agosto de 92, 52% dos parlamentares já havia decido votar a favor do impechment. Quando a pesquisa se restringia aos evangélicos, o percentual caía para 31%.
No escândalo da CPI do Orçamento também houve envolvimento de evangélicos.
O deputado Manoel Moreira (PMDB-SP), da Assembléia de Deus, renunciou antes de sua cassação ser votada pelo Congresso.
O deputado João de Deus Antunes (PPR-RS) foi acusado, mas inocentado pelo plenário.
Antes disso, o deputado evangélico Itsuo Takayama (MT) havia sido cassado sob acusação de ter aceito dinheiro para se filiar ao PSD.(CT)

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