São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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O Perigo de abrir os olhos

SÉRGIO AUGUSTO

Se você viu Audrey Hepburn em "Um Clarão nas Trevas" e Mia Farrow em "Terror Cego", não precisa perder tempo com "Blink - Num Piscar de Olhos", que deve entrar em cartaz na próxima sexta, 17. A menos que seja, como todos deveriam ser, tarado por Madeleine Stowe, aquela fofura de "Tocaia" e "Short Cuts". Em torno de seus olhos aquosos, o indistinto Michael Apted constrói um psicodrama cuja originalidade consiste no fato de que ela só encara o perigo depois de recuperar a visão.
Quando a câmera a focaliza pela primeira vez, durante um concerto em Chicago, sua personagem ainda é cega. Mas neste estado não ficará por muito tempo, graças a um transplante de córnea. Sorte de um lado, azar de outro: mal ela passa a enxergar, alguém é chacinado diante dos seus olhos. Claro que, daquele momento em diante, ela vira uma garota marcada para morrer.
Ao atacar suas vítimas, o "serial killer" assovia uma musiquinha. Não "Peer Gynt" do vampiro de Dusseldorf, mas o "Three Blind Mice" de "A Ratoeira". Bem, a originalidade não é mesmo o forte do filme, que ainda nos brinda com outro clichê: o policial (Aidan Quinn) que se ocupa da segurança da protagonista acaba se apaixonando por ela.
Além de Madeleine Stowe, "Blink" só tem mais um colírio para os olhos: a suntuosa fotografia de Dante Spinotti.
S.A.

Blink - Num Piscar de Olhos
(Blink). EUA, 1994. Direção de Michael Apted. Estréia programada para sexta, 17, em cinemas e horários a confirmar.

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