São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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Prato cheio

A forçada incursão de Fernando Henrique pela gastronomia nordestina durante sua campanha não chega a ser uma novidade na vida de candidatos ao Palácio do Planalto. Ele apenas deu seu toque pessoal ao fato quando comparou a forte buchada de bode a um prato da delicada culinária francesa.
Há dez anos, quando disputava a sucessão do presidente Figueiredo, Tancredo Neves também teve que encarar uma buchada durante a campanha. Só não precisou ir tão longe para escapar do embaraço.
Tancredo estava em Aracaju para um almoço com correligionários quando colocaram à sua frente, na mesa, o petisco feito com as vísceras do bode. Ao sentir o aroma do prato, o político mineiro falou:
– Eu comi algo ontem que não me fez bem. Aceitaria só um chá.
Os assessores do candidato gelaram, temendo que os anfitriões interpretassem aquilo como uma desculpa e se ofendessem. Mas Tancredo consertou tudo em seguida, apelando para a rivalidade entre Sergipe e Alagoas:
– Deve ter sido algo que comi em Maceió...
Os anfitriões sergipanos deram toda a razão ao candidato.

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