São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994
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O circo da Copa vai passar

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 19/06/94

Foi creditada incorretamente a foto do estádio Soldier Field, em Chicago. O crédito correto é "France Presse". Na mesma edição, na página 4-3, está errado o crédito da foto de Ricardo. O crédito certo é "Agência Globo". O circo da Copa vai passar
Cesse tudo o que se disse até agora sobre a Copa do Mundo. Amanhã, às 16h, quando Alemanha e Bolívia derem início ao 15º Mundial, em Chicago, todas as previsões serão esquecidas.
Favoritos ao título vão decepcionar; candidatos a estrelas se apagarão. Enquanto isso, equipes das quais nada se esperava darão espetáculo e jogadores desconhecidos ganharão o diploma de craque. Sempre foi assim na Copa.
Tudo isso, aparentemente, sob a indiferença dos anfitriões. É a primeira Copa disputada em um país que não tem o futebol entre seus esportes mais populares.
Segundo pesquisa de opinião recente, dois terços dos norte-americanos não sabem que o Mundial deste ano será realizado em seu país.
O norte-americano não gosta de futebol e é pouco provável que passe a gostar "depois que o circo passar", na expressão de um jogador da própria seleção dos EUA.
No fundo, isso pouco importa. O resto do mundo ama o futebol e acompanhará esta Copa com o mesmo interesse com que acompanhou as anteriores.
Principalmente no Brasil. Nenhum outro país no mundo dá tanta importância ao título mundial. Esta é a força da seleção brasileira: sua torcida não admite menos que a vitória.
Resta saber se Romário é o homem que levará a seleção ao tetra prometido.
No caminho, o Brasil deve encontrar equipes, no mínimo, tão boas quanto a brasileira. Alemanha e Itália também buscam o quarto título. Argentina, Colômbia e Holanda não podem ser esquecidas.
Tudo isso, no entanto, é especulação. Dentro de campo, os jogadores farão algumas partidas inesquecíveis, outras nem tanto, e, principalmente, vão contrariar muitas previsões.
Para o sucesso da Copa, a Fifa alterou pequenos detalhes na regra do futebol. O objetivo é premiar o futebol ofensivo e aumentar a média de gols, em queda constante nas últimas Copas. Este Mundial dirá se as mudanças deram certo ou não.

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